SÃO LUÍS - Abandono. Este é o quadro atual de algumas feiras e mercados da capital maranhense que, mesmo com parecer judicial, seguem sem ser recuperadas pelo poder público. O Estado visitou pelo menos duas feiras da cidade e constatou a falta de conservação nos pontos comerciais.
A situação mais grave é no Mercado da Forquilha, ao lado da rotatória que dá acesso às MAs 201 e 202. De acordo com os feirantes, o espaço foi inaugurado há mais de 40 anos e nunca passou por uma reforma. A precariedade da estrutura física é visível e as vigas de sustentação da cobertura estão muito enferrujadas. Várias goteiras são vistas e os boxes estão sujos e sem iluminação.
Dos 26 boxes do mercado, apenas dois estão ocupados. Sem o auxílio do poder público, dois feirantes – José Silva Rocha e Domingos do Nascimento Soares – são responsáveis pela administração interna do ponto comercial.
Eles se juntaram, há dois anos, para fazer um reparo no espaço. Nos ajustes feitos pelos administradores, foi possível incluir apenas piso e pintura em algumas bancas. “A gente pensou que o poder público poderia nos ajudar e, ao fazer a reforma, depois cobrir nossos gastos. Mas não foi o que aconteceu”, disse José Silva Rocha.
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Somada à ausência de condições estruturais, os feirantes não colaboram com a higiene. Enquanto conversava com O Estado, um feirante manuseava peixe seco sem luvas e o alimento estava coberto por moscas. Ao ser questionado sobre o preparo do peixe, ele desconversou. “Até hoje eu tenho certeza que nunca ninguém ficou doente com meus peixes”, retrucou.
Outro exemplo
A feira do São Francisco é outro exemplo do descaso. Com 248 bancas e 32 anos de existência, o local é considerado uma das referências do centro comercial do bairro. No entanto, vários pilares da estrutura de sustentação estão desgastados. No teto, é possível ver teias de aranha e é comum a circulação de gatos e cachorros de rua por entre as bancas. Apesar dos problemas constatados, segundo o administrador da feira – que se identificou como Magno Ferreira – o espaço não apresenta tantos sinais de deterioração. “Perto de outras feiras, aqui está é bom”, justificou.
[e-s001]Ele informou ainda que uma reforma deverá ser executada na feira. Mas não soube precisar quando será o início dos serviços. “A Prefeitura [de São Luís] nos prometeu esta reforma. Estamos esperando pelo atendimento da promessa, mas até agora nada foi feito”, disse.
Relembre
Em 2015, uma decisão da juíza Luzia Nepomuceno – titular da 1ª Vara da Fazenda Pública de São Luís – determinou a execução imediata da reforma das feiras de São Luís.
[e-s001]Em contrapartida, a Secretaria Municipal de Pesca, Agricultura e Abastecimento (Semapa) informou que algumas intervenções haviam sido feitas em algumas feiras, como Liberdade e Vila Palmeira.
Mercado com problemas
Na edição de sexta-feira, 3, O Estado publicou reportagem que comprovou a circulação livre de ratos entre as bancas do Mercado Central, no centro de São Luís, onde são comercializados alimentos. Na ocasião, os feirantes admitiram o problema e disseram que nada poderia ser feito.
De acordo com o Ministério do Planejamento, estão previstos investimentos da ordem de R$ 8.800.000,00 para serem aplicados no Mercado, oriundos do Governo Federal (por meio do PAC Cidades Históricas). No entanto, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ainda não informou quando começarão os serviços.
Outro lado
Sobre as feiras, a Prefeitura de São Luís, por meio da Semapa, informou que está realizando visitas técnicas em diversas feiras e mercados da capital, para ter conhecimento das necessidades de cada um e incluir as demandas no Projeto de Recuperação de Mercados e Feiras Municipais. No entanto, a pasta não citou valores e tampouco prazos para obras.
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