Disputa

Foguetes e tiros marcam entrada do Exército no aeroporto de Mossul

Após batalha, forças iraquianas conseguiram expulsar as forças extremistas do Estado Islâmico

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40
m várias ocasiões o Estado Islâmico (EI) atacou o exército com granadas e projéteis lançados a partir de drones.
m várias ocasiões o Estado Islâmico (EI) atacou o exército com granadas e projéteis lançados a partir de drones. (Mossul)

MOSSUL - A névoa matinal ainda não havia desaparecido quando as primeiras unidades da divisão de resposta rápida do exército do Iraque começaram ontem a expulsar os extremistas do Estado Islâmico do aeroporto de Mossul.

A partir de uma colina nos arredores do povoado de Al Buseif, os soldados observam os helicópteros lançando foguetes contra o aeroporto e uma fábrica de açúcar próxima, nas mãos dos extremistas desde 2014. "Adoro este som", diz o primeiro-tenente Ahmed, enquanto os helicópteros seguem disparando.

Um pequeno grupo de soldados americanos contribui para a ofensiva colocando morteiros com um veículo blindado enquanto a curta distância são observadas colunas de fumaça cinza, sinal de um ataque aéreo contra Mossul.

Em uma ambulância da polícia federal iraquiana ouve-se em alto volume uma música patriótica, mas ela é interrompida em seguida porque os soldados detectaram um drone suspeito.

Em várias ocasiões o Estado Islâmico (EI) atacou o exército com granadas e projéteis lançados a partir de drones, razão pela qual seu zumbido característico coloca imediatamente os soldados em alerta. No entanto, apesar de vários disparos, o drone consegue escapar.

Pouco a pouco, os militares começaram a descer da colina, alguns com carros blindados e outros a pé, seguindo o caminho traçado pelos veículos para evitar explosivos escondidos na poeira, outras das táticas favoritas do EI.

Ao pé da colina está Jirbeh, o último povoado entre Al Buseif e o aeroporto, que nos últimos dias foi alvo de fogo contínuo, obrigando tanto seus moradores quanto os combatentes do EI a fugir. Em Jirbeh é possível ver empilhadas portas de ferro das casas e em um curral empoeirado jazem os cadáveres de cinco vacas.

Buscando explosivos

A polícia federal avançou casa por casa em busca de explosivos. Em uma delas encontrou um morteiro de fabricação caseira e em outra uma série de exemplares da Anba, a revista do EI.

Enquanto isso, os bulldozers avançavam rumo ao final do povoado, onde começa o aeroporto, e consertam uma estrada, ao mesmo tempo em que os helicópteros seguiaram lançando foguetes contra a fábrica de açúcar."Estão atacando possíveis carros-bomba do EI na fábrica. Ali de cima podem ver coisas que não vemos aqui", explicou um soldado.

Uma vez reparada a estrada, um comboio de veículos blindados da divisão de resposta rápida começou a se mover lentamente rumo à fábrica e à entrada do aeroporto. Em seu avanço, os soldados passaram pelo cadáver de um combatente do EI parcialmente carbonizado em sua motocicleta e um artefato explosivo é detonado, sem deixar feridos.

Rapidamente os soldados começaram a metralhar a fábrica a partir de seus veículos militares Humvee. "Há franco-atiradores! Para dentro!", gritou um soldado, enquanto os que iam à pé se refugiavam atrás dos blindados.

Parte do comboio se dirigiu ao aeroporto, onde na entrada se observava um edifício em ruínas que no passado teve dois andares. Todo o aeroporto está destruído e repleto de escombros.

"Do sul ao norte está completamente destroçado", confirmou o general-de-brigada Abas al Juburi, de uma das unidades de resposta rápida. "Os terroristas começaram a destruí-lo desde o primeiro dia da operação" contra Mossul, afirma.

Dentro do recinto, unidades especiais buscaram os chamados artefatos explosivos improvisados (IED, em inglês), enquanto outros militares começaram a celebrar a tomada do aeroporto, inclusive com selfies. Um deles carregava uma bandeira preta do EI e posava com ela com gesto desafiador.

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