SÃO LUÍS – Moradores do bairro da Aurora voltam a protestar por causa da instalação da unidade da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) na comunidade. Na tarde desta segunda-feira (16), eles se reuniram na frente na unidade e fizeram uma caminhada até o retorno da Forquilha, onde expuseram faixas de repúdio contra o Governo do Estado. Os moradores afirmam que Funac trará mais problemas para a localidade, que, segundo eles, já sofrem bastante com a violência e a falta de infraestrutura.

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O prédio que funciona a unidade tem sido alvo de uma grande polêmica, já que teria sido alugado de um membro do PCdoB, partido do governador Flávio Dino, desde 2015, e estava fechado. Nesse tempo, já foram pagos mais de R$ 170 mil ao dono do imóvel, fato que também tem sido alvo da reclamação dos moradores. Inclusive, o Ministério Público instaurou um inquérito civil para apurar o contrato de aluguel. O inquérito, segundo a assessoria de comunicação do Ministério Público, foi instaurado pelo promotor Lindonjonson Gonçalves de Sousa, da 1ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, e teve como motivação uma representação ingressada no MP pela Associação de Moradores da Aurora.

“Quando ficamos sabendo da construção desta Funac aqui, nós nos reunimos com o governo e eles não prometeram que não iriam seguir com a obra, mas, na calada da noite, construíram tudo. Nós já temos muitos problemas aqui com a violência. Temos a CCPJ [Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Anil], que até morte já causou aqui. Uma senhora chegou a morrer de infarto após fugitivos invadirem a sua casa aqui no bairro. Temos todas as razões para protestar”, disse Mauro Silva, morador da Aurora e um dos coordenadores do movimento.

“E ainda tema mais, esse prédio foi alugado de forma irregular. Mais 170 mil reais já foram pagos. Nós já denunciamos ao Ministério Público. Nosso bairro não tem infraestrutura alguma e o governo ainda faz isso”, completou o morador.

Adolescentes e protestos

No início deste mês, sete adolescentes foram transferidos para a unidade. A ação aconteceu sob protestos dos moradores que não querem a presença do local em funcionamento.

Desde o início da abertura da Funac diversos protestos foram realizados em frente à unidade pelos moradores. Atualmente a Rua Frei Hermenegildo, que passa em frente ao prédio, foi bloqueada pelas pessoas, impedindo o fluxo de veículos pela via. Os moradores também colocaram faixas pretas nas portas das casas com mensagens de repúdio.

O juiz José dos Santos Costa, titular da 2ª Vara da Infância e Juventude de São Luís, após a sua vistoria na unidade, realizada no dia 11, fez uma série de recomendações com relação à unidade.

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