Invetigação

Balsas: inquérito sobre a morte de jovem sai em 30 dias

Policiais militares que participaram da ação serão ouvidos; as armas serão encaminhadas para perícia

Leandro Santos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42

O inquérito que vai apurar a morte da jovem Karina Britto Ferreira, de 23 anos de idade, que foi morta durante uma perseguição policiais no município de Balsas, distante aproximadamente 800 km de São Luís, deve ser concluído em 30 dias. Os policiais envolvidos na ação já estão sendo ouvidos e inquérito está à cargo da Polícia Civil.

A morte da jovem teve uma grande repercussão, principalmente no município onde mora. A vítima estava em um veículo na companhia da irmã quando foram confundidas por policiais com criminosos. Houve perseguição e ela foi morta à tiros. A sua irmã, Kamila Britto Ferreira, de 27 anos, foi atingida com um tiro no braço e encaminhada para o hospital.

Investigações – De acordo com o secretário Jefferson Portela, toda a situação teve início quando as jovens estavam vindo em seu veículo e não pararam depois da ordem policial. A cidade estavam com o policiamento reforçado, pois os agentes estavam na busca dos criminosos que arrombaram a agência bancária em Fortaleza dos Nogueira no início da semana.

Em um determinado momento, os policiais cercaram um imóvel onde possivelmente o grupo criminoso estava. Nesse momento, o veículo com as duas jovem e os policias pensavam que se tratava de integrantes do bando fugindo do cerco.

O secretário Jefferson confirmou que a viatura que abordou as jovens em seus veículo estava descaracterizada. No entanto, ele disse que a ordem para que as duas parassem foi dada pelos policiais que estavam dentro da viatura e eles estavam uniformizados, inclusive com os coletes da corporação.

“Uma abordagem inicial próximo ao local onde estavam os assaltantes, o carro recebeu um comando de parada, mas não parou. O carro seguiu e mais a frente estavam posicionadas três viaturas da Polícia Militar caracterizadas. Infelizmente o veículo não parou nessa barreira policial, passou correndo pelo acostamento e foi perseguido pelos policiais. Houve esse evento, esse carro foi atingido por disparo de arma de fogo, uma das ocupantes veio à óbito e a outra foi lesionada no braço”, completou o secretário.

As investigações e o inquérito estão sob a responsabilidade da Delegacia Regional de Balsas. “O delegado regional de Balsas tomou o depoimento de todos os que estavam na operação, catalogou todas as armas e numeração, definindo também na oitiva o número da arma que cada policial portava. Essas armas também serão periciadas. Vamos voltar para Balsas para analisar os autos do inquérito policial”, disse portela.

Nota - Na sexta-feira, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) divulgou uma nota repudiando as ações da PM que culminou na morte de Karina Britto e no ferimento da sua irmã, a Kamila Britto. O documento dizia que a sociedade “repudiava o episódio que revela imperícia e despreparo da ação policial, resultante sobretudo da intervenção descaracterizada, o que viola o papel constitucional de policiamento ostensivo e afronta o direito do cidadão a uma abordagem segura e informada”.

Informou também que “exige responsabilização dos culpados e mudança de paradigmas no sistema de segurança, para que episódios como esse não se repitam”. O documento dizia também que a SMDH “insiste em denunciar o crescimento dos dados acerca da violência, vitimização e letalidade policiais, que colocam o Maranhão na sexta posição em número de mortes decorrentes de intervenções policiais em 2015, apresentando a 5ª maior taxa de letalidade do país, com um crescimento de 133,3% em relação ao ano anterior”.

A nota afirmara também que essa situação é mesma que faz do Maranhão detentor da maior taxa de vitimização dos operadores do sistema de segurança pública, com 44 mortes de policiais em 2015, elevando substancialmente os riscos da atividade policial.

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