Magistrado

Juízes sugerem que Gilmar Mendes vire comentarista

Para entidade, ministro do STF ''vem reiteradamente violando as leis da magistratura e os deveres éticos impostos a todos os juízes do país''

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal ( STF)
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal ( STF) (GILMAR MENDES SÃO LUÍS )

São Paulo - A Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul divulgou nota ontem sugerindo que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal ( STF), "renuncie à toga e vá exercer livremente sua liberdade de expressão" como comentarista.

A associação critica a postura de Gilmar Mendes em dar opiniões sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato. Segundo a nota, o ministro "vem reiteradamente violando as leis da magistratura e os deveres éticos impostos a todos os juízes do país, valendo-se da imprensa para tecer juízos depreciativos sobre decisões tomadas no âmbito da Operação Lava Jato e mesmo sobre decisões de colegas seus, também Ministros do Supremo Tribunal Federal".

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE) e ministro do STF, Gilmar Mendes disse ontem que o Judiciário passa por "momentos esquisitos" com "surto decisório".

"Nós estamos vivendo momentos esquisitos, toda hora um surto decisório que não corresponde às nossas tradições", disse Gilmar Mendes a jornalistas em evento ontem no TSE.

"Não sei se é a água que estamos bebendo no tribunal ou seja lá o que for, mas estamos vivendo momentos estranhos. Temos que ser muito cuidado. Temos tradição de ser cuidadosos", afirmou.

Na noite de quarta,14, o ministro Luiz Fux concedeu liminar (decisão provisória) determinando que a Câmara retome a tramitação do pacote anticorrupção. Depois, Mendes disse que o colega deveria fechar o Congresso e entregar a chave à equipe da Operação Lava Jato.

Na semana passada, Gilmar Mendes sugeriu o impeachment outro colega do STF, Marco Aurélio Mello, depois que ele determinou o afastamento do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). A decisão foi derrubada pelo plenário do Supremo.

"Em geral, éramos árbitros desse processo de conflitos e não atores ou causadores de conflitos. Temos que refletir sobre isso e respeitar a harmonia e independência entre os Poderes", disse Mendes.

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