Protesto contra maus-tratos

Grupos de proteção animal fazem manifestação contra vaquejadas

De acordo com o movimento Crueldade Nunca Mais, os bois sofrem danos, em especial, na coluna vertebral, durante a prática; grupos são contra a Proposta de Emenda Constitucional que promove a vaquejada a patrimônio cultural

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43

Representantes de grupos de proteção animal da capital maranhense realizaram, na manhã de ontem, 27, na Avenida Litorânea, uma manifestação contra o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 50/2016, que promove a vaquejada a patrimônio cultural. Eles desejavam que as práticas da tradição sejam revistas, em especial, àquela que prevê o enlaçamento do animal.

De acordo com os organizadores, o enlaçamento é responsável por prejuízos à coluna vertebral do animal. Essas e outras informações foram repassadas durante a concentração do ato, que aconteceu em frente a um bar da via. “Precisamos ser a voz desses animais. Somos poucos, mas temos voz ativa para defender os seus direitos”, disse o delegado Sebastião Uchoa.

A representante do movimento Crueldade Nunca Mais do Maranhão, Andréa Ricci, enfatizou que o Projeto de Lei nº24, que promove a vaquejada a patrimônio cultural precisa ser analisado. “É uma afronta às pessoas que defendem os direitos dos animais. Não somos contra a prática em si, mas a determinadas atitudes que ferem a integridade física dos animais”, afirmou.

Ato
Após a concentração, os manifestantes seguiram em passeata até o parquinho da Litorânea. No percurso, os participantes distribuíram folders e exibiram cartazes contra o PL nº24. Antes da passeata, houve a apresentação – no ponto de concentração – do grupo de bumba-meu-boi Estrela d’Alva.

Além de São Luís, outras 34 cidades brasileiras promoveram ontem, de forma simultânea, atos contra as vaquejadas. Somada ao PL nº 24, a PEC nº 50 também prevê a transformação da vaquejada em “atividade desportiva”.

SAIBA MAIS

O Movimento Crueldade Nunca mais luta, desde janeiro de 2012, para o aumento das penas para crimes contra animais. Em janeiro de 2012 realizou a maior manifestação pelos animais que já aconteceu no Brasil, concomitante em 216 cidades brasileiras, além de Miami, San Diego, Londres e Nova York . Em agosto de 2013 repetimos a manifestação, na Avenida Paulista, e em mais 165 cidades brasileiras, além de Nova York. Em março de 2012 teve o conhecimento de que o Código Penal Brasileiro seria reformado, e que toda a legislação extravagante (leis que tratam de crimes, mas não fazem parte do Código Penal) seria encampada, e que havia uma forte tendência de descriminalização de condutas, principalmente para os crimes ambientais, incluindo aí maus tratos a animais, como pode ser confirmado na entrevista que o membro da Comissão de Juristas que redigiu o Anteprojeto do Código Penal, Tiago Ivo Odon, concedeu ao Portal Vermelho. Em junho de 2012, depois de uma ampla campanha do movimento, as penas foram aumentadas significativamente, no Projeto de Lei 236/12, Novo Código Penal, e ainda foram criados novos tipos penais. O Crueldade Nunca Mais ampliou seu trabalho e agora tem como objetivo lutar por uma legislação que defenda os direitos dos animais nas esferas: municipal, estadual e federal, que coíba a crueldade e puna efetivamente quem maltrata animais.

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