O empresário Lucas Leite Ribeiro Porto, de 37 anos, confessou ontem, de forma espontânea, ser o autor do assassinato de sua cunhada, a publicitária Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, de 33 anos, e de também tê-la violentado sexualmente, na tarde do último domingo. A informação foi confirmada pela cúpula da Segurança Pública, ontem, durante entrevista. Lucas Porto também afirmou que a ação criminosa teria sido motivada pelo fato de sentir uma paixão incontida pela vítima. A polícia vai continuar investigando o caso e ainda está aguardando os resultados dos exames periciais feitos pela equipe da Superintendência de Polícia Técnica e Científica, que devem sair até a próxima terça-feira, 22. Há a possibilidade de haver uma reprodução simulada dos fatos (reconstituição) no decorrer deste mês.
A reconstituição, segundo o secretário, será realizada porque algumas lacunas ainda devem ser preenchidas. Uma delas diz respeito aos atos ocorridos no intervalo de tempo em ficaram juntos, a vítima e o acusado, dentro do apartamento, no Turu.
“O suspeito disse que teria sido a primeira vez que tentou expor o seu desejo sexual, mas acabou resultando em morte e também houve a violência sexual. Lucas Porto ainda assumiu que essa vontade foi unilateral por parte dele e totalmente contrária da parte da vítima”, declarou o secretário de Segurança Pública, delegado Jefferson Portela. A confissão do acusado, segundo o titular da SSP, não vai mudar o caminho da investigação desse caso, que está sendo feita pela equipe da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP), e coordenada pelo chefe do Departamento de Homicídios, delegado Lúcio Rogério.
Portela informou que a polícia ainda está aguardando os resultados dos exames periciais como também no decorrer desta semana serão ouvidas testemunhas desse caso na sede da SHPP, no Centro. Inclusive, o acusado poderá ser mais uma vez ouvido pela equipe de policiais.
“Lucas Porto confessou em sua declaração à polícia o ato da violência sexual, mas deve ser confirmado por meio de exames periciais e o inquérito policial deve ser encaminhado ao Poder Judiciário de forma completa para facilitar no dia do julgamento”, frisou o secretário de Segurança Pública.
Além de Portela e do delegado Lúcio Rogério também participaram da coletiva ocorrida na sede da Secretaria de Segurança Pública, na Vila Palmeira, o delegado geral da Polícia Civil, Lawrence Melo; superintendente da Polícia Técnica e Científica, Miguel Alves; e o superintendente da SHPP, delegado Leonardo Diniz.
Confissão
Segundo o delegado Lawrence Melo, o acusado na noite da última terça-feira, 15, resolveu mais uma vez prestar depoimento para polícia e esta foi a terceira vez em menos de três dias. Ele chegou à sede da SHPP acompanhado por três advogados e foi ouvido pelos delegados Lúcio Rogério, Leonardo Diniz e Lawrence Melo, e somente retornou ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas durante a madrugada de ontem.
Lawrence Melo também informou que o acusado nas duas primeiras declarações disse que não teria matado a publicitária e sempre sentiu um grande respeito por ela, mas a sua última declaração à polícia acabou afirmando que cometeu esse crime pelo fato de ter sentido um desejo sexual pela vítima.
Ainda segundo o delegado, o suspeito no dia do crime subiu ao apartamento da vítima, onde tinha entrada liberada, pois é casado com a irmã de Mariana Menezes. Neste local, ele teria encontrado a publicitária despida em cima da sua cama e resolveu manter uma relação sexual, mas acabou em morte. “O acusado prestou essas declarações à polícia e de forma espontânea”, afirmou o delegado geral da Polícia Civil.
Já o delegado Lúcio Rogério declarou que, como esse tipo de crime está relacionado com conduta sexual, ainda há algumas lacunas para serem preenchidas no inquérito policial. Ainda esta semana, a polícia vai ouvir algumas testemunhas, principalmente, vizinhas da vítima como também estão sendo aguardados resultados dos exames em que a vítima e o acusado foram submetidos pela equipe da Superintendência da Polícia Técnica e Científica.
Exames
O superintendente da Polícia Técnica e Científica, Miguel Alves, declarou que tanto a vítima quanto o acusado foram submetidos a vários exames nos diversos institutos e requerem um cuidado especial para não prejudicar o resultado final. Somente a equipe do Instituto Médico Legal (IML) ficou com a missão do exame cadavérico como ainda colheu vestígios no local do crime, como do lençol, do travesseiro e até mesmo das unhas da vítima.
Também foi colhido o material da saliva do acusado. Miguel Alves disse que tudo esse material está sendo analisado pelos profissionais dos Institutos de Identificação e do de Genética Forense. Ele declarou que por meio desses exames vão poder identificar se a vítima sofreu algum tipo de abuso sexual antes ou após de ser morta.
Além disso, os técnicos do Instituto de Criminalística estão analisando de forma criteriosa e utilizando meios tecnológicos as imagens do circuito de câmera de segurança do prédio da publicitária. Eles também estão sendo responsáveis em periciar o celular do acusado, que foi apreendido pela polícia. “Os nossos peritos vão tentar resgatar todo o registro desse celular, principalmente, as chamadas e as ligações feitas pelo acusado nesse aparelho no dia do fato”, informou Miguel Alves.
Defesa diz que especulações levaram cliente a confessar
O advogado de Lucas Porto, Jonilton Lemos, disse que o seu cliente resolveu confessar a sua participação no crime devido às várias especulações que estavam sendo disseminadas no meio social, principalmente, em relação à conduta da vítima.
O acusado afirmou à polícia que nunca teve nenhuma relação amorosa com a publicitária como ainda declarou que ela era uma mulher honesta, de boa índole e fiel ao seu casamento. O único ato irregular ocorreu pela parte dele e acabou resultando em uma tragédia.
Em relação à violência sexual sofrida pela vítima, o advogado informou que o seu cliente não lembra no momento, mas caso tenha ocorrido será constatado por meio dos exames periciais. “Como o meu cliente é réu confesso, então, esperamos que tenha um julgamento legal”, declarou Jonilton Lemos.
Saiba mais
No final da tarde do último domingo, a publicitária Mariana Costa foi encontrada desacordada no condomínio, onde morava, localizado no bairro Turu. Ela foi levada ainda para um hospital, na capital, onde ficou constatado o óbito por asfixia ocasionada por esganadura. O corpo da vítima foi removido para o IML, no Bacanga, onde passou por exames periciais e, em seguida, liberado para os familiares.
Cronologia do fato
Dia 14 de novembro: a publicitária Mariana Menezes foi morta e tendo como principal acusado o seu cunhado Lucas Porto. A causa por asfixia ocasionada por esganadura.
Dia 15 de novembro: apesar de negar a autoria do crime, Lucas Porto tem a sua prisão em flagrante revertida em preventiva (sem prazo para terminar) pelo Poder Judiciário. A vítima foi sepultada no cemitério do Parque da Saudade, no Vinhais.
Dia 16 de novembro: A cúpula da Segurança Pública afirmou em coletiva que Lucas Porto confessou a polícia como sendo o autor da morte de Mariana Menezes e tendo como motivação do crime uma paixão incontida pela vítima. Ele também teria declarado que a vítima foi violentada sexualmente, mas os exames periciais ainda não foram divulgados pela polícia.
Saiba Mais
- Familiares de Mariana Costa fazem manifesto "Somos Todos Marianas"
- ONG Somos Todos Mariana faz palestra sobre feminicídio na capital
- Justiça mantém prisão do assassino confesso Lucas Porto
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