Democrata

Hillary Clinton votou em Nova York

Ela foi acompanhada pelo marido e ex-presidente dos EUA, Bill Clinton; candidata democrata foi cercada por admiradores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43

Nova York - A candidata democrata Hillary Clinton votou na manhã de ontem em Chappaqua, Nova York. Ao chegar ao local de votação, ela estava acompanhada pelo marido e ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Ela cumprimentou eleitores e foi cercada por admiradores, que tentavam tirar fotos dela com o celular.

"Tanta gente conta com o resultado desta eleição, no que isso significa para nosso país, e farei o meu melhor se tiver a oportunidade de vencer hoje", afirmou, segundo a France Presse, após sair da escola Douglas G. Graffin, no Condado de Westchester.

Com ar descontraído e sorridente, o casal cumprimentou os funcionários que estavam no local e ficou no centro de votação durante cerca de dez minutos, de acordo com a Efe.

Após oito anos como primeira-dama (1993 a 2001), Hillary Clinton pode voltar à Casa Branca como primeira mulher presidente dos EUA. Ela já foi senadora pelo estado de Nova York (2001 a 2009) e secretária de Estado do governo Barack Obama (2009 a 2013).

Hillary tem 69 anos e nasceu em Chicago. Casada com o ex-presidente dos EUA Bill Clintondesde 1975, tem uma filha, Chelsea, de 35 anos, e uma neta, Charlotte, de 16 meses. Seu segundo neto nasceu este ano, antes da eleição presidencial.

A primeira tentativa de chegar à presidência aconteceu há oito anos, quando foi derrotada nas primárias por Barack Obama, que agora a apoia.

Hillary já foi uma das advogadas mais influentes dos EUA e tem histórico de defesa dos direitos das mulheres e crianças. Ela é filha de uma mãe com tendências de esquerda e de um pai ultraconservador.

Em 1957, aos 10 anos, ganhou o que talvez tenha sido a primeira eleição de sua vida, para o posto de cocapitã da equipe de segurança de sua escola primária em Park Ridge, Illinois. Quando adulta, Hillary se lembraria que essa foi uma das muitas ocasiões em sua infância em que ela teve que demarcar seu território diante de meninos truculentos.

Ela era uma garota com jeito de menino e uma bandeirante encorajada por sua mãe a revidar quando alguma menina do bairro tentasse intimidá-la. Mãe e filha jogavam jogos de estratégia, como Banco Imobiliário.

Política

A jovem Hillary cedo manifestou interesse por política, influenciada pelas pressões opostas em sua casa. Ela aprendeu sobre política com seu professor de história da nona série na Maine East High, Paul Carlson, que ensinava de modo apaixonado e com uma declarada inclinação à direita, pontuando suas aulas com expressões como “melhor morto do que vermelho!”. Ele mais tarde se lembraria de Hillary como uma pessoa brilhante, falante e entusiasmada. “Ela sempre estava a par das atualidades”, relembraria Carlson.

Hillary cresceu como metodista e sua consciência social foi forjada pelo pastor Donald Jones, que a levou para visitar igrejas frequentadas por negros e hispânicos em Chicago e para ver Martin Luther King Jr.

No colegial, concorreu para o governo estudantil e perdeu. E muito antes de reconhecer suas ambições presidenciais, ela contaria a história do comentário maldoso vindo de um de seus oponentes no último ano: ele disse que ela era estúpida por achar que uma garota poderia ser eleita presidente.

Hoje no Partido Democrata, Hillary foi presidente dos Jovens Republicanos no campus do Wellesley College, onde estudava. No dia 31 de maio de 1969, foi selecionada para fazer o discurso de abertura aos alunos. Ela deveria fazer isso logo após o discurso do senador republicano Edward Brooke, que falou contra o “protesto coercitivo”, em relação às manifestações contra a Guerra do Vietnã.

Hillary mais tarde escreveu que esperou em vão durante o discurso por alguma menção à dor e ao processo de autoavaliação da época. “Cada protesto, cada discordância”, disse ela, desfiando Brooke nominalmente, “é uma tentativa assumida de se forjar uma nova identidade nesta era em particular”.

O discurso causou sensação e a jovem saiu na revista “Life”. Hillary disse ainda: “E há o respeito. Há o respeito mútuo entre pessoas quando não se vê os outros como pontos percentuais. Quando não se manipula as pessoas”.

Hillary se casou em 1975 com Bill Clinton, que viria a ser eleito presidente dos Estados Unidos em 1993. Eles se uniram apenas após três pedidos de Bill. Os dois se conheceram na Universidade de Yale, onde estudavam direito.

No anúncio de casamento publicado no jornal "Arkansas Gazette", o destaque era que ela continuaria usando seu nome de solteira, Hillary Rodham - argumentando que queria manter sua vida profissional separada da de seu marido. "Precisava manter minha própria identidade", afirmou depois.

Nome
A decisão de Hillary foi usada contra seu marido quando ele se candidatou ao governo do Arkansas. Para evitar mais prejuízos à imagem dele, Hillary decidiu adotar seu sobrenome no início da década de 1980 - quando passou a ser chamada de Hillary Rodham Clinton.

No início dos anos 2000, seu nome de solteira começou a ser esquecido. Na campanha por uma vaga no Senado por Nova York, ela se apresentava apenas como Hillary. Em outubro de 2001, registrou na web o domínio hillaryclinton.com.

Alguns meses depois que Hillary Clinton fez 30 anos, um executivo chamado Jim McDougal se aproximou do jovem casal com planos de comprar terra na região de White River, loteá-la para casas para férias e revendê-lo com lucro. Os Clintons fizeram negócio com McDougal e sua esposa e formaram uma empresa com acionistas. Eles a chamaram de Whitewater.

O investimento viraria um problema na presidência de Bill Clinton, resultando numa investigação de US$ 70 milhões que duraria um ano por um conselho especial e levaria à prisão McDougal e sua esposa, Susan, mas que nunca resultou em acusações contra os Clinton.

Bill Clinton se candidatou à presidência e ganhou em 1992, e Hillary se debatia para conciliar seu próprio perfil - voltada para a carreira, politicamente astuta, incrivelmente bem-sucedida - com as impressões tradicionais que se tinha sobre primeiras-damas norte-americanas.

Duas declarações foram particularmente memoráveis. A primeira foi numa entrevista televisiva para o programa “60 Minutos” durante a campanha: “Não estou sentada aqui, uma mulherzinha ao lado do seu homem, como Tammy Wynette”. A segunda, em resposta à questão sobre sua nova carreira em direito foi: “Acho que poderia ter ficado em casa, assando cookies e tomando chá”. Ambas as declarações criaram furor na mídia.

A própria Hillary escreveu que o protesto pode ter sugerido uma sociedade “ainda se ajustando aos papéis em transformação da mulher”. Ela escreveu que o episódio a ensinou a nunca levar as críticas pelo lado pessoal.

Houve um outro erro logo no início de seus anos na Casa Branca -sua tentativa desastrosa, sob direção de seu marido, de reformar o sistema de saúde norte-americano. Os republicanos perceberam uma fraqueza e foram contra o “Hillarycare”, tomando o controle de ambas as casas do Congresso em 1994.

Escândalo
Ainda como primeira-dama, Hillary se tornou a mulher enganada em um dos maiores escândalos sexuais que já abalaram um governo americano.

Os americanos que antes a haviam apontado como dominadora nas pesquisas agora a viam como forte. Como ela mesma conta em sua autobiografia, de 2003, ela enfrentou duas das decisões mais difíceis de sua vida na sua quinta década de vida. Uma foi a de permanecer casada com Bill. A outra foi se candidatar ao Senado norte-americano. Ela foi criticada como vira-casaca por concorrer ao Senado por Nova York, estado com o qual ela não tinha conexão alguma, mas venceu sem grande dificuldade.

Seu primeiro mandato no Senado seria lembrado por dois fatos: sua insistência numa ajuda federal a Nova York depois dos ataques de 11 de setembro, um esforço pelo qual até os republicanos a elogiaram, e seu voto de 2002 para autorizar a utilização de força militar no Iraque -um voto pelo qual ela, em face da crítica da esquerda, se recusou a pedir desculpas.

Em 2006 ela amealhou dois terços dos votos e venceu em quase todos os 62 condados de Nova York.

Em 2009, Hillary assumiu como secretária de Estado dos EUA, sob a presidência Obama. O fato que mais chamou a atenção durante sua gestão, e que só viria à tona em 2015, foi o uso de uma conta pessoal de e-mail, armazenada em um servidor privado e não seguro em seu apartamento de Nova York, para lidar com assuntos oficiais, em vez de um endereço fornecido pelo governo. O caso levou à abertura de uma investigação, depois fechada por recomendação do FBI e posteriormente reaberta, às vésperas da eleição deste ano, devido ao surgimento de novas evidências.

Como secretária de Estado, Hillary também estava no centro das tomadas de decisão quando tropas de elite mataram Osama bin Laden em 2011 Paquistão. Também estava no cargo quando prédios da missão diplomática dos EUA na Líbia foram atacados, em 2012, resultando na morte de quatro americanos foram mortos, inclusive o embaixador J. Christopher Stevens.

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