Eleição nos EUA

Hillary aumenta vantagem a 11 pontos sobre Trump

Democrata conta com 46% nas intenções de voto, contra 35% de rival; pesquisa foi realizada após Trump falar de forma degradante de mulheres;mídia especula que revelação de comentários grosseiros pode ter causado danos irreparáveis nas pretensões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
(Pesquisa divulgada ontem aponta que Hillary aumentou vantagem sobre Trump)

Washington - A candidata democrata Hillary Clinton aumentou sua vantagem sobre Donald Trump a 11 pontos, segundo pesquisa divulgada ontem e realizada depois da divulgação de um vídeo do adversário republicano falando de mulheres em termos degradantes.

Hillary conta com 46% nas intenções de voto, contra 35% de Trump, segundo pesquisa NBC/Wall Street Journal.

Os outros dois candidatos, Gary Johnson, do Partido Libertário, e Jill Stein, do Partido Verde, receberam 9% e 2% de apoio, respectivamente. A pesquisa, que tem uma margem de erro de 4,6%, revela ainda que 52% das pessoas consultadas (contra 42%) considera que o vídeo divulgado deve ser tema de campanha, enquanto que 41% acham que as declarações de Trump são "totalmente inaceitáveis".

A divulgação pelo jornal Washington Post de uma gravação com comentários obscenos sobre mulheres feitos há 11 anos pelo candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, causou furor no país. E levou comentaristas políticos a especular se sua campanha para a eleição de 8 de novembro teria implodido.

Glenn Thrush e Katie Glueck, escrevendo para o site Politico, disseram que uma eventual eleição de Hillary Clinton como primeira mulher presidente dos EUA pode ter sido "apropriadamente determinada pela postura de Trump".

"Trump, um político que fez alguns dos mais hilários (intencionalmente ou não), ofensivos, inverídicos e misóginos pronunciamentos já ouvidos agora pode ser derrotado por uma conversa privada", escreveram Thrush e Glueck.

'Acabou'
Avik Roy, da revista de economia Forbes, fez uma lista das gafes recentes de Trump, ressaltando que elas não impediram políticos republicanos de endossar publicamente o candidato. Mas, para Roy, o vídeo divulgado pelo Washington Post será uma história diferente.

"Poucos políticos republicanos têm parentes muçulmanos ou são de ascendência mexicana. Poucos políticos republicanos enfrentaram discriminação por causa da cor de sua pele. Mas todos têm mulheres brancas como parentes. E quando Trump fala em meter a mão nos órgãos genitais de mulheres, eles sentem alguma coisa".

O senador republicano Marco Rubio disse que os comentários são injustificáveis mesmo feitos em situações privadas.

O comentarista Stephen Collinson, da rede de TV CNN, disse que as declarações de Trump forçarão o Partido Republicano a debater se não é hora de romper com o candidato, ao passo que Ali Vitali e Benjy Sarlin, da rede de TV NBC, declararam que a campanha de Trump "acabou".

"A um mês da campanha, cada minuto que ele passar defendendo seu comportamento, será um minuto mais próximo de uma derrota".

Ryan Grim, do site Huffington Post, pediu que o eleitorado castigue Trump na eleição.

"Se Donald Trump faz o que eles diz fazer com mulheres, ele deveria ser preso. Os americanos têm a chance de julgá-lo nas urnas. E esse julgamento pode ser potencialmente devastador: o eleitorado poderá mostrar a maior rejeição a um candidato já vista na história americana".

Repercussão
Embora Trump tenha se desculpado pelas declarações, isso não pareceu ter convencido nem a mídia nem políticos. Diversos "figurões republicanos", como o ex-governador do Estado da Flórida, Jeb Bush, condenaram as declarações do candidato nas redes sociais. "Sou pai de duas meninas e digo que nenhum pedido de desculpas poderá atenuar os comentários degradantes feitos por Donal Trump sobre mulheres", escreveu Bush, irmão e filho do ex-presidentes George W. Bush e George Bush, em sua conta no twitter.

E Paul Ryan, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, anunciou na madrugada deste sábado que Trump foi excluído de um evento de campanha em Wisconsin. "Estou enojado pelo que ouvi. Espero que Donald Trump trate essa situação com seriedade e que mostre ao país que tem mais respeito pelas mulheres do que essa gravação sugere", afirmou Ryan.

Mas Ryan e outros correligionários de Trump não se pronunciaram sobre seu apoio ao candidato.

Ruth Marcus, colunista do Washington Post, disse que os comentários de Trump vão testar uma declaração polêmica dele sobre a lealdade de seus eleitores.

"Ele se gabou uma vez de que poderia atirar em alguém no meio da rua e ainda assim teria votos. Agora vamos descobrir se esse é o caso".

Debate

Os candidatos Hillary Clinton e Donald Trump se enfrentaram na noite deste domingo,9, em um debate marcado por tensão e troca de hostilidades. Sistema de saúde, crise migratória e impostos, além de temas mais polêmicos como as frases ofensivas de Trump em relação a mulheres e o uso de e-mails de um servidor particular por Hillary enquanto era Secretária de Estado, foram assuntos comentados por eles.

A tensão esteve presente logo no início do debate, quando os dois rivais subiram ao palco e não se cumprimentaram -- os dois deram um aperto de mão apenas ao final. O encontro, realizado na Universidade Washington em Saint Louis, no Missouri, ocupou o horário nobre da TV dos EUA – iniciou-se às 22h, no horário de Brasília. Algumas das perguntas foram formuladas por eleitores que se declaram indecisos, que foram selecionados pelo instituto de pesquisa Gallup para participar do palco.

Uma polêmica recente pautou o começo do debate: o jornal “Washington Post” divulgou, na última semana, um vídeo de 2005, no qual Trump conversa com Billy Bush, do programa “Access Hollywood”, e utiliza termos vulgares para falar sobre a tentativa de conquistar uma mulher casada, não identificada. Na gravação, o candidato republicano diz que, quando se é famoso, mulheres deixam que “você faça qualquer coisa”.

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