Respeito

Papa faz crítica velada à Rússia na ex-soviética Geórgia

Ele pediu respeito à lei internacional e aos direitos soberanos das nações; Rússia mantém tropas em duas áreas separatistas da Geórgia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45

Geórgia - O papa Francisco pediu respeito à lei internacional e aos direitos soberanos das nações ao chegar à Geórgia na sexta-feira,30, uma crítica implícita à Rússia, que mantém tropas em duas áreas separatistas do ex-Estado soviético.

Mas Francisco mediu as palavras com cuidado, uma tentativa aparente de não prejudicar os laços cada vez melhores do Vaticano com a igreja ortodoxa russa, que tem apoio do Kremlin.

A Geórgia conquistou a independência em 1991, mas o vulto do Kremlin continua se impondo. A Rússia, que se envolveu em uma guerra curta com a Geórgia em 2008, é um dos poucos países que reconhecem as áreas disputadas da Abkházia e da Ossetia do Sul como Estados independentes.

Discursando durante a cerimônia de recepção no palácio presidencial, Francisco, em uma referência clara à situação na Geórgia, disse que as relações entre os Estados da região "jamais podem deixar de lado o respeito pelos direitos soberanos de cada país dentro do enquadramento da lei internacional".

Em seu discurso, feito minutos antes de o papa falar, o presidente da Geórgia, Georgy Margvelashvili, disse existir um desejo político de todas as pessoas de viver dignamente. "Mas esta missão não pode ser cumprida à luz das violações dos direitos dos civis e do território sendo ocupado por um país vizinho", disse o líder ao pontífice.

Embora sem mencionar especificamente a Abkházia e a Ossetia do Sul, Francisco apoiou o direito das pessoas deslocadas de "voltar livremente àquela terra".

O governo afirma que cerca de 300 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas devido ao conflito pelos territórios em disputa. Moscou se opôs a resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) apoiando seu direito de retorno.

A Geórgia, que quer se juntar à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), acusou a Rússia de praticar uma "ocupação rasteira" movimentando lentamente cercas que delineiam as áreas rebeldes do resto de seu território.

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