Desafio São Luís

Crianças opinam sobre o que esperam de São Luís no futuro

Na quinta-feira, dia 8, a capital maranhense completou 404 anos de fundação; para celebrar a data, O Estado conversou com os pequenos ludovicenses, para que eles dissessem como querem que a cidade esteja quando forem adultos

Jock Dean / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Crianças querem,  no futuro, uma  São Luís sem poluição e  injustiças sociais
Crianças querem, no futuro, uma São Luís sem poluição e injustiças sociais (Poluição)

SÃO LUÍS - Ser criança é ver o mun­do ainda com a inocência de quem pouco o conhece e com a esperteza de quem acumula informação o tempo todo. Sendo assim, é de se esperar que elas não tenham muito a dizer sobre a cidade que gostariam. Mas O Estado pediu aos pequenos moradores da capital que pensassem a São Luís do futuro. E elas não pensam em árvores de chocolate ou unicórnios montáveis. Quando crianças são convidadas a repensar a cidade, elas querem o que enxergam como essencial, como transporte público melhor, hospitais públicos sem filas, e entre os diversos desejos o de que seus filhos possam fazer o que eles não conseguem: brincar na rua sem me­do da violência.

O Estado conversou com crianças de 10 a 13 anos dos colégios Reino Infantil, Upaon-Açu e Santa Teresa e fez a elas uma pergunta bem simples: “Como você quer que São Luís esteja quando você for adulto?”. As respostas foram as mais diversas e, apesar da pouca idade, os entrevistados refletem problemas sérios da capital. “Eu quero que no futuro a gente possa andar tranquilamente pelas ruas sem medo da violência e que as pessoas da cidade vivam com mais felicidade”, deseja Raíssa Sousa, 11 anos.
Sophia Puget, 11 anos, dá mais detalhes dessa cidade feliz desejada por Raíssa Sousa. “Eu imagino uma cidade cheia de flores, de plantas, sem poluição, sem picha­ções e ladrões, cheia de boas lembranças”, espera.

Apesar da pouca idade, a segurança foi a preocupação de muitas das crianças entrevistadas. Ana Beatriz Amaral, 12 anos, quer uma cidade mais segura, para que as futuras crianças tenham onde brincar. “Eu quero uma cidade on­de as crianças possam brincar nas ruas, como antigamente. Uma cidade mais segura e com mais opções de lazer para as crianças”, pe­de a estudante.

Brincar nas ruas como antigamente é o desejo de Mateus Vidal Silva, 11 anos. “Meus pais não me deixam andar de bicicleta ou jogar futebol na rua por causa da violência. Então, espero que as próximas crianças possam fazer isso que eu gostaria e não posso”, diz.

Mas uma cidade mais segura para brincar não é o único desejo desses pequenos. O meio ambiente também aparece na lista de preocupações deles. “Espero que nossa cidade seja menos poluída e com menos desmatamento”, comentou Maurício de Jesus, 10 anos

A preocupação de Antonella Gal­vão, 11 anos, é que falte água potável futuramente. “A gente está poluindo toda a água doce e um dia ela pode acabar. E a gente também está poluindo os mares, que poderiam servir para a gente se a água faltar. A gente está fazendo mal para a gente mesmo e não percebe”, alerta.

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E quem disse que criança não fala sobre política? Gabriel Henrique Britto, 13 anos, fala. “Eu espero que no futuro São Luís seja menos corrupta e tenha pessoas mais honestas”, deseja. Guilherme Brasil, 11 anos, também quer que no futuro a política seja melhor que ago­ra. “Eu quero que no futuro os políticos cumpram suas promessas e que a gente não tenha vontade de ir embora de São Luís para ter mais qualidade de vida”, cobra.

Saúde e educação também são peças centrais nas falas de muitas das crianças entrevistadas. “Espero que os hospitais públicos melhorem, que não tenha mais filas nem pessoas nos corredores”, espera. Ana Karina Cavalcante compartilha do desejo do colega de escola. “Eu espero que no futuro tenha educação e saúde com atendimen­to de qualidade para todos. Porque, hoje, para ter um atendimento melhor, as pessoas têm de ter plano de saúde ou então estudar em escolas particulares, mas nem todo mundo pode pagar por isso”, reflete.

Aos 11 anos, Waléria Nogueira tem um sonho quase utópico para a São Luís das próximas gerações. “Eu gostaria que não houvesse injustiças sociais em São Luís. As pes­soas não cooperam muito umas com as outras. Acho que isso é um problema que precisa acabar”, deseja.
Se essa São Luís desejada por essas crianças é um mundo possível, só o tempo poderá dizer.

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