Perigo na Universidade

Estudantes reclamam de insegurança na Uema

Situação se agravou após recente medida, segundo os alunos, da reitoria que limitou a circulação de ônibus na parte interna do campus universitário

Thiago Bastos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Estudantes saem da Uema por pequeno portão na lateral do campus para pegar ônibus na Cidade Operária
Estudantes saem da Uema por pequeno portão na lateral do campus para pegar ônibus na Cidade Operária (uema)

A insegurança no ambiente universitário não acontece apenas na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Abrange também as instalações mantidas pelo Estado. Estudantes que transitam diariamente pelas instalações do campus universitário Paulo VI, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) em São Luís, questionam a falta de vigilância. De acordo com eles, a situação se agravou após a medida recente da reitoria da instituição, que limitou a circulação de ônibus na parte interna do campus, por causa de obras no local.

Ainda de acordo com os alunos, o fato traz ainda mais intranquilidade, já que, para ter acesso a um ônibus, os estudantes têm de se deslocar até o abrigo mais próximo, localizado do lado de fora do campus (mais especificamente ao lado de um supermercado na Cidade Operária). Para isso, eles passam por um pequeno portãona lateral do campus Paulo VI. “Isso deixa a gente ainda mais exposto do lado de fora, já que a gente precisa andar dentro do bairro”, disse o estudante do 2º período de Medicina Veterinária da Uema, Samuel Nascimento.

Vigilância precária
Segundo os estudantes, a circulação dos coletivos no interior do campus deixou de ocorrer há duas semanas. Além da proibição no acesso dos coletivos, outro fator apontado pelos frequentadores do campus para a insegurança é o baixo quantitativo de pessoas responsáveis pela vigilância privada.

“Eles [vigilantes] ficam somente do lado de dentro dos prédios. São responsáveis pela segurança de dentro dos prédios. Ou seja, do lado de fora, a gente que se vire”, afirmou o estudante de Engenharia de Computação da Uema, Hermano Reis.

Uma estudante da Uema que preferiu não ser identificada informou a O Estado que, na semana passada, ocorreu um assalto durante o dia, no prédio de Biologia do campus. “Eu não estava no local, mas soube por pessoas conhecidas, que vários jovens, aparentando ser de bairros próximos, entraram aqui e levaram pertences”, disse. Até o fechamento desta página, nenhuma ocorrência sobre o fato foi registrada.

Alunos informaram ainda a que a insegurança é ainda pior nos cursos com atividades noturnas. “À noite, quando a gente precisa vir para assistir alguma aula, é mais complicado. Pois não há policiamento e a iluminação também fica a desejar”, disse Renata Alves, estudante do curso de História.

De acordo com operários, as obras na parte interna da Uema preveem recuperação asfáltica e colocação de camada de concreto em trecho do ponto final da linha Uema/Ipase, responsável pelo transporte de alunos na instituição. Segundo os trabalhadores, o prazo para o término dos trabalhos é de 40 dias.

Exemplo
No início desta semana, após mais de um mês de preparação, a reitoria da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) assinaram um convênio para permitir o acesso de forças policiais estaduais na parte interna do campus universitário Dom Delgado (campus do Bacanga). A medida ocorreu três dias após o assassinato, no Centro de Ciências Humanas (CCH) da UFMA, do estudante Kelvin Rodrigues, morto com três facadas. Apesar do convênio, estudantes da UFMA ainda questionam a falta de segurança no local.

Outro lado
Procurada por O Estado, a Uema informou que o campus Paulo VI, em São Luís, tem contrato de prestação de serviço de vigilância armada patrimonial, diurna e noturna, totalizando 32 postos. Estes postos estão distribuídos pelos prédios do campus. Ainda existe um serviço de supervisão que atua em ronda de motocicleta. A Uema articula, ainda, a formalização de convênios, entre os quais: um com a Secretaria de Segurança Publica (SSP) do Estado e; outro com vistas à implantação de um sistema de videomonitoramento no campus.

A circulação dos ônibus da linha Uema/Ipase, no campus São Luís, foi suspensa temporariamente devido às obras de abertura de vias que comporão o novo traçado viário e também ao serviço de recuperação asfáltica. Essa ação é resultante da inclusão da Uema no Programa Mais Asfalto, do Governo do Estado.

A empresa contratada está realizando a fresagem do pavimento de todo o percurso do ônibus no interior do Campus, obrigando o desvio no tráfego. Portanto, após a finalização desta ação, que deverá ocorrer dentro do prazo de 30 dias, os ônibus serão liberados para retornar ao trajeto interno no Campus. A reitoria compreende os transtornos causados pelas obras, mas enfatiza que esse investimento vai solucionar um problema que há tempos incomoda a comunidade universitária e interfere na segurança e no conforto das pessoas. Em pouco tempo, o problema de trafegabilidade de veículos no campus estará solucionado.

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