Grupo terrorista

Israel detém funcionário da ONU por suspeita de ajudar o Hamas

Ele é acusado de ter usado posto para dar assistência material ao grupo; essa é a segunda prisão de um trabalhador humanitário na região

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46

Israel - As autoridades israelenses anunciaram ontem a detenção de um funcionário palestino do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 38 anos na Faixa de Gaza.

Wahid Borsh, que trabalhava para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde 2003, é acusado de ter contribuído com as atividades Hamas. O grupo, considerado terrorista por Israel, dirige região palestina desde 2007.

A detenção do suspeito aconteceu em 16 de julho, mas recebeu a acusação formal nesta terça. Essa é a segunda prisão de um trabalhador humanitário na Faixa de Gaza anunciada por Israel em menos de uma semana.

Borsh, que trabalhou na derrubada de edifícios danificados nos diferentes conflitos na Faixa de Gaza, foi acusado de "ter se utilizado de seu posto para fornecer assistência material às atividades terroristas e militares do Hamas", indicou o ministro da segurança interior de Israel, Shin Beth, em um comunicado publicado pelo governo.

Para Israel, Borsh, natural de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, agiu seguindo as instruções de um funcionário de alto escalão do Hamas. Shin Beth afirmou que o acusado confessou ter trabalhado para o grupo.

Shin Beth afirmou ainda que, em 2015, ele participou da construção, com os recursos do PNUD, de um cais para as atividades do Hamas.

O serviço de inteligência disse que Borsh agia de forma que os responsáveis do PNUD dessem prioridade a projetos de reabilitação em zonas habitadas por integrantes do Hamas.

Quando armas ou túneis com fins militares eram descobertos em casas que seriam reformadas pelo PNUD, Borsh informava ao Hamas para que tomasse o controle do local, segundo o Shin Beth.

Outro detido
Na quinta-feira,4, Israel anunciou a detenção e a acusação do diretor em Gaza da ONG americana World Vision, Mohammed Halabi.

Segundo as autoridades israelenses, Halabi, um engenheiro palestino de 38 anos, foi recrutado pelo Hamas em 2004, para se infiltrar nessa ONG e subir em sua hierarquia.
Assim, desde 2010, teria desviado cerca de 7,2 milhões de dólares para financiar o Hamas e as suas atividades militares, de acordo com o Shin Bet.

Halabi foi preso em 15 de junho na passagem de Erez, entre Israel e a Faixa de Gaza, e foi indiciado por 12 acusações, incluindo por adesão a uma organização terrorista e cumplicidade com o inimigo.

Mais de dois terços dos 1,9 milhão de habitantes de Gaza dependem de ajuda para morar em um território controlado pelo Hamas e submetido ao bloqueio de Israel, que vivem em uma crise humanitária crônica.

Para o governo de Israel, os dois casos "mostram como o Hamas utiliza os recursos das organizações de ajuda internacional em detrimento da população civil da Faixa de Gaza".

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