Mel de abelha

Sebrae apoiará estudo do mel de abelha na Baixada Maranhense

Adesão do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas foi anunciada no workshop sobre meliponicultura, realizado pela Uema, em São Bento; estudo estabelecerá parâmetros técnicos sobre a meliponicultura maranhense

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
A abelha do tipo melípona tem o ferrão atrofiado, facilitando o manejo de enxames para os criadores; a pesquisa da Uema investigará pontos da cadeia produtiva da meliponicultura
A abelha do tipo melípona tem o ferrão atrofiado, facilitando o manejo de enxames para os criadores; a pesquisa da Uema investigará pontos da cadeia produtiva da meliponicultura (A abelha)

O superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Maranhão, João Martins, anunciou o apoio da instituição ao projeto de pesquisa da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) que investigará pontos da cadeia produtiva da meliponicultura, com vistas a listar dados, boas práticas e soluções para os gargalos da atividade econômica que vem sendo desenvolvida na Baixada Maranhense há, pelo menos, 20 anos – a produção de mel a partir da criação da abelha nativa sem ferrão conhecida como tiúba - é muito abundante na região.

Por meio do projeto, as investigações vão estabelecer parâmetros técnicos oficiais e acadêmicos sobre a meliponicultura maranhense, compilando informações que até já são conhecidas pela vivência prática, mas que necessitam da padronização científica para que possam embasar iniciativas do poder público ou de investidores para o desenvolvimento da cadeia produtiva. As atividades da pesquisa têm prazo de 18 meses para as conclusões do estudo.

De acordo com o professor-doutor José de Ribamar Barros, que lidera a pesquisa, a meliponicultura é fartamente explorada na Baixada, concentrando-se em 11 municípios da região. O desenvolvimento de técnicas, por parte dos próprios produtores e de pesquisadores da Uema e outras instituições que apoiam os grupos produtivos, estabeleceram padrões de safra que garantem uma das maiores produções de mel de abelha nativa do país – um destaque nacional dentro do segmento, mas há espaço para melhorias na produção.

“A produção maranhense precisa estabelecer padrões de qualidade para este mel, o que inclui boas práticas na manipulação das colmeias, na ordenha e limpeza das caixas, no envase do produto, além da preocupação com o meio ambiente próximo às criações, que precisam de uma vegetação saudável e abundante para que produzam bem – o que já implica na sustentabilidade da atividade, que é um ponto forte da cadeia”, relata o pesquisador.

Certificação

A padronização e a certificação da qualidade do mel de abelhas nativas passaram a ser oficialmente objeto de estudos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que criou recentemente a Comissão Especial de Estudos da Meliponicultura (ABNT/CEE-227), conduzida pelo pesquisador da Empresa Brasileiro de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio Ambiente), professor-doutor Ricardo Camargo, que esteve presente ao workshop realizado em São Bento e que também vai integrar o grupo de pesquisa sobre a cadeia produtiva da meliponicultura.

“O mel do Maranhão já é considerado referência nacional pela quantidade do que é produzido, mas queremos que ele também seja reconhecido pela qualidade da produção”, afirmou o professor.

O projeto que a Uema lidera e o Sebrae apoia busca, essencialmente, dados técnicos que ajudem na regulamentação da meliponicultura no Brasil, visto que a atividade ainda não é reconhecida oficialmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Além de reunir subsídios para o marco regulatório, o estudo também vai investigar o alcance das diversas dimensões sustentáveis da atividade no Maranhão – a social, a econômica, a ecológica e a cultural, também chamada de visão de mundo, numa referência à relação do homem com seu entorno.

Durante o workshop em São Bento, produtores, estudantes, pesquisadores e instituições parceiras puderam conhecer detalhes das ações previstas no projeto, além de discutirem soluções para o desenvolvimento da cadeia em questão. Produtores mais antigos da região, como Mário da Tiúba, puderam apresentar relatos de suas experiências na produção de mel.

Projeto

Segundo o superintendente João Martins, do Sebrae, a articulação para o apoio da instituição ao projeto da Uema vinha sendo trabalhado há algum tempo, mas esclarece que a trajetória do mel com o Sebrae vem de muito mais tempo.

“A partir de 2003, o Sebrae passou a incentivar oficialmente a produção de mel de Apis através de projetos vinculados aos Arranjos Produtivos Locais (APLs), desenvolvido em parceria com o Governo do Estado, numa ação voltada para a região do Alto Turi-Gurupi”, lembra Martins. “Já na Baixada Maranhense, a atividade voltou-se para a produção do mel de abelhas melíponas, que é considerado um mel especial, com propriedades medicinais e que tem grande potencial de valor agregado por esse diferencial”, esclarece o superintendente do Sebrae.

Atualmente, a instituição mantém ações pontuais no atendimento a apicultores e meliponicultores, concentrando atividades em alguns municípios das regiões dos Lençóis-Munim, Baixada Maranhense, Alto Turi-Gurupi, Médio Mearim, Baixo Parnaíba e até mesmo no Sul Maranhense.

Saiba mais

Benefícios do mel de abelha

O mel é usado no preparo de pratos doces, bebidas e molhos. O mel não é só bom no gosto, mas também é ótimo para a saúde e é um ótimo substituto do açúcar. Fornece 300 calorias por 100 gramas de seu consumo, Além disso, é uma fonte de frutose, glucose e sacarose. O mel também fornece vitaminas e alguns minerais como o cálcio, magnésio, potássio e fósforo. O mel também é conhecido por fornecer energia instantânea e faz bem à pele, pois ele age como um hidratante natural.

Diferença entre meliponicultura e apicultura

A meliponicultura é a atividade econômica em torno do mel produzido por abelhas nativas sem ferrão, do gênero melípona. Somente no Brasil, há registro de mais de 300 espécies desse tipo, tendo fácil cultivo por não oferecer risco aos seus produtores.

No Maranhão, ocorrem dois tipos de abelha sem ferrão: a tiúba, comum na Baixada; e a jandaíra, vista com frequência na região dos Lençóis-Munim. A produção do mel dessas abelhas é bem menor que a das abelhas apis, mas a raridade do mel gera grande valor agregado ao produto.

A apicultura é a cadeia produtiva desenvolvida em torno das abelhas com ferrão do tipo Apis mellifera, a espécie produtora de mel mais conhecida. Adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes produzindo com abundância, principalmente em regiões úmidas.

O principal polo maranhense de produção de mel de Apis é a região do Alto Turi-Gurupi, que chega a produzir 2 mil toneladas de mel ao ano. A Região dos Campos e Lagos também produz em floradas nos manguezais, registrando uma produção de até 700 toneladas por ano.

É a cadeia produtiva desenvolvida em torno das abelhas com ferrão do tipo Apis mellifera, a espécie produtora de mel mais conhecida. Adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes produzindo com abundância, principalmente em regiões úmidas.

O principal polo maranhense de produção de mel de Apis é a região do Alto Turi-Gurupi, que chega a produzir 2 mil toneladas de mel ao ano. A região dos Campos e Lagos também produz em floradas nos manguezais, registrando uma produção de até 700 toneladas por ano.

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