Capacitação de produtores rurais

Produtores de mandioca são capacitados na Baixada

Sebrae está preparando produtores do entorno da ponte que interligará Bequimão a Central do Maranhão para integrá-los ao processo de desenvolvimento que a obra prevê para a região

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Produtores do Ramal do Quindiua, após curso, começaram a agregar valor à produção de farinha de mandioca e derivados
Produtores do Ramal do Quindiua, após curso, começaram a agregar valor à produção de farinha de mandioca e derivados (Produtores)

Bequimão - A vida de centenas de pequenos produtores rurais do interior do Maranhão está mudando. É que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolveu ao longo deste ano uma série de capacitação entre pequenos produtores rurais da Baixada Maranhense e Litoral Ocidental. O objetivo é inseri-los no processo de desenvolvimento da região, que será desencadeado com a construção da ponte sobre o Rio Pericumã, ligando o município de Bequimão a Central do Maranhão.

Um desses grupos produtivos trabalha com o cultivo da mandioca e produção de farinha: este ano, foram 12 turmas de capacitação realizada, com a participação mais de 200 produtores dos municípios de Alcântara, Bequimão, Central do Maranhão, Mirinzal, Serrano do Maranhão, Cedral, Bacuri e Cururupu.

Na última semana, por exemplo, 15 produtores de farinha do Ramal do Quindiua, no município de Bequimão, participaram da capacitação que abordou repasse de conhecimentos técnicos sobre as atividades a serem desenvolvidas com o cultivo; ampliação das áreas de cultivo e redução do perigo de contaminação com aplicação de agrotóxicos.

Também foram abordados a orientação quanto à fabricação de produtos biológicos para controle das pragas e doenças; aumento da renda familiar através da comercialização da mandioca e seus derivados; ampliação do mix de produtos derivados da mandioca e diminuição do impacto ambiental com aplicação dos agrotóxicos.

Técnicas

“A ideia do Sebrae – que executa na região o Projeto Desenvolvimento Econômico Territorial (DET Litoral Ocidental) –, é agregar valor ao produto característico da localidade através da implantação de técnicas básicas de higiene e limpeza, da melhoria na apresentação do produto, da melhoria no sabor da farinha e do aumento do mix de produtos à base da mandioca”, ressalta o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins

Além da farinha de mandioca, os produtores já estão aptos ao comércio os seguintes a farinha de tapioca, fécula de mandioca, farinha da folha de mandioca, pimenta no tucupi e sabão de tucupi. Nos últimos meses, o grupo do Ramal do Quindiua – comunidade remanescente de quilombo, também recebeu do Sebrae consultorias nas áreas de cultivo de hortaliças, feijão e milho irrigado.

“Temos 527 quilombos no Maranhão que, hoje, ainda trabalham em sua maioria com a agricultura familiar de subsistência. O Sebrae tem buscado em todo o país – e aqui no Maranhão não seria diferente – levar conhecimento técnico a essas comunidades, tornando-as sustentáveis para suprirem suas necessidades básicas e irem mais além, tendo a possibilidade de comercializar seus produtos com valor agregado, proporcionando trabalho para os mais jovens, melhorando a renda familiar e a qualidade de vida nessas localidades”, aponta Martins.

Beneficiários

Para participar da capacitação do DET Litoral Ocidental, os produtores devem estar na área de abrangência que será diretamente beneficiada com a construção da ponte sobre o Rio Pericumã, que interligará os municípios de Bequimão e Central do Maranhão.

“É uma área onde já realizamos diagnóstico socioeconômico e estamos focados em desenvolver as cadeias produtivas com vistas ao desenvolvimento local, pela via do empreendedorismo, nessas comunidades dos municípios do entorno dessa importante obra que diminuirá distâncias entre a Baixada Maranhense e o Litoral Ocidental”, esclarece o diretor superintendente do Sebrae.

Mais

Sebrae vai continuar com cursos

A série de capacitação continuará com mais intensidade em 2017, por meio do projeto DET Litoral Ocidental, executado pela Unidade regional do Sebrae em Pinheiro, responsável pelas ações institucionais na região.

O empreendedorismo étnico em expansão

Segundo estudos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de 2015, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), a maior parte dos empreendedores brasileiros são afrodescendentes: na proporção, 50% dos donos de negócio no país são pretos ou pardos, 49% brancos e 1% pertencem a outros grupos populacionais.

O estudo destaca que, entre 2003 e 2013, houve um crescimento de 10% no contingente dos donos de negócio do país, passando de 21,4 para 23,5 milhões. Uma divisão do ponto de vista étnico-racial mostra que o número de pardos e pretos cresceu 24%, passando de 9,5 para 11,8 milhões.

A categoria “outros” apresentou crescimento de 26%, passando de 200 mil para 253 mil, enquanto que o número de brancos caiu 2%, de 11,7 para 11,5 milhões.

Fazendo o recorte de outra pesquisa encomendada pelo Sebrae – “Donos de Negócios do Brasil Raça/Cor 2002-2012”, o Maranhão concentra 6% dos donos de negócios negros ou pardos do Brasil. Em relação aos empreendedores do estado – 903 mil, cerca de 695 mil são negros ou pardos.

“Por conta deste resultado, o Sebrae vem articulando ações específicas nos projetos que executa no estado para atender quem atua no mercado de empreendedorismo étnico, abrangendo capacitação, treinamento, consultoria e assistência a empreendimentos de micro e pequeno porte que oferecem produtos com o perfil étnico, assim como os empreendedores rurais, tal qual essas que acontecem no Projeto do DET Litoral Ocidental”, reforça João Martins.

Traços

O empreendedorismo étnico diz respeito às iniciativas empresarias que oferecem produtos e serviços ligados aos traços culturais de uma raça, como artesanato indígena, moda e beleza afro, por exemplo.

O empreendedorismo étnico diz respeito às iniciativas empresarias que oferecem produtos e serviços ligados aos traços culturais de uma raça, como artesanato indígena, moda e beleza afro, por exemplo.

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