Violência

Atirador se radicalizou sem orientação externa, diz polícia

Omar Mateen matou 49 pessoas em boate gay da Flórida; para FBI, ele teria se inspirado na ideologia radical na internet; surgiu um retrato de Mateen como um solitário perturbado de temperamento exacerbado e inclinação à violência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h47
(Omar Mateen matou 49 pessoas em boate gay da Flórida, domingo)

Washington - O homem que matou 49 pessoas em uma boate gay da Flórida parece ter agido sozinho, sem direcionamento de grupos militantes islâmicos pelos quais professou simpatia, disseram as autoridades enquanto investigam as raízes do pior ataque a tiros da história moderna dos EUA.

Para James Comey, diretor do FBI, Omar Mateen, jovem de 29 anos que trabalhava como segurança particular de uma comunidade de aposentados, parece ter se inspirado principalmente na ideologia radical à qual foi exposto na Internet.

"Não vemos nenhuma indicação de que isto foi um ataque dirigido do exterior, e não vemos nenhuma indicação de que ele fazia parte de alguma rede terrorista", disse Comey, em entrevista na segunda-feira, 13.

Também na segunda, o presidente dos EUA, Barack Obama, classificou Mateen, cidadão americano de 29 anos e filho de imigrantes afegãos, como um exemplo aparente de "extremismo cultivado em casa". Ao mesmo tempo, surgiu um retrato de Mateen como um solitário perturbado de temperamento exacerbado e inclinação à violência.

Durante o tiroteio, Mateen fez uma séria de chamadas para o número 911, serviço de emergência nos EUA, durante as quais jurou lealdade ao líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, cujo grupo controla áreas doIraque e da Síria.

Ele também declarou solidariedade aos irmãos de origem chechena que realizaram o ataque com bombas na Maratona de Boston de 2013 e a um americano de origem palestina que se tornou um homem-bomba na Síria para a Frente Al-Nusra, uma ramificação da Al Qaeda, disseram as autoridades.

Devido ao seu comportamento, Mateen foi interrogado pelo FBI em 2013 depois que colegas de trabalho relataram que ele teria alegado ter conexões familiares com a Al Qaeda e ser membro do grupo libanês Hezbollah.

Ataque
O ataque aconteceu durante um evento de música latina no clube, que tinha mais de 300 pessoas em seu interior na ocasião. Muitas das 49 pessoas mortas eram latinas, mais de metade de origem portorriquenha. Cinquenta e três pessoas ficaram feridas.

Mateen acabou morto por policiais que invadiram a casa noturna Pulse na madrugada de domingo (12), pondo fim a um cerco de três horas iniciado quando o atirador entrou na boate e abriu fogo com uma arma de mão e um rifle semi-automático AR-15.

Frequentador da boate

O americano que matou 49 pessoas na boate gay Pulse, em Orlando (EUA), no fim de semana, era um frequentador regular do estabelecimento. A afirmação foi feita por clientes ao jornal "Orlando Sentinel", segundo a agência "France Presse".

O americano Ty Smith afirmou, em entrevista ao jornal, que viu Omar Mateen, de 29 anos, na boate Pulse diversas vezes. "Às vezes, ele sentava em um canto para beber sozinho. Outras vezes ficava tão bêbado que era barulhento e ofensivo", disse Smith.

Ele contou ainda que Mateen era fechado. "Não falávamos muito com ele, mas lembro de ter ouvido, às vezes, dizer coisas sobre seu pai. Ele disse que tinha esposa e um filho", completou.


Mensagens

Kevin West, outro frequentador regular da Pulse, disse ao jornal "Los Angeles Times" que trocou mensagens com Mateen em um aplicativo voltado para o público gay por pelo menos um ano.

Outros clientes da casa noturna afirmaram à imprensa que Mateen havia utilizado aplicativos como o Grindr, que é voltado para gays, bissexuais e curiosos. No Grindr, o usuário pode combinar encontros ou fazer amigos.

Mais

Segundo as autoridades americanas, o ataque contra a boate Pulse foi o pior ataque a tiros da história moderna dos Estados Unidos e o mais violento ocorrido no país desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

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