Sem se referir à recriação do Ministério da Cultura, o presidente interino Michel Temer, afirmou que não vai recuar quando avaliar que cometeu erros no governo e, se for necessário, revê-los. O presidente em exercício falou durante a abertura da reunião com os líderes da base aliada, que foi transmitida à imprensa por um telão no Palácio do Planalto.

Aparentando irritação, ele bateu com a mão sobre a mesa e assegurou que sabe tratar “com bandidos”. “Eu fui duas vezes secretário de Segurança Pública de São Paulo e tratava com bandidos, eu sei o que fazer e saberei conduzir”, disse Temer.

A declaração de Temer ocorre após uma série de críticas ao recuo sobre a recriação do Ministério da Cultura, que havia sido extinta por ele assim que anunciou a composição do novo governo. A pasta deixa de ser secretaria vinculada ao Ministério da Educação para voltar a ser um ministério independente. Nesta tarde, o novo ministro, Marcelo Calero, deve tomar posse do cargo.

Temer também afirmou que não vai impedir quaisquer investigações sobre corrupção, para garantir a moralidade pública. Na fala, o presidente não citou a operação Lava-Jato, nem a exoneração do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR). Nessa segunda-feira (23/5), Jucá deixou o cargo após denúncias de que queria um “pacto” para barrar a Lava-Jato. “Não vamos impedir a apuração com vistas à moralidade pública, vamos sempre incentivar”, disse. Ele completou ainda que “Deus” o colocou nessa missão para ajudar a tirar o país da crise.

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