Roma - Diante de uma queda "apocalíptica" no número de nascimentos no país, a ministra da Saúde da Itália defendeu a ampliação do benefício concedido a bebês de famílias de baixa renda para incentivá-las a ter mais filhos. Apenas 488 mil bebês nasceram em solo italiano em 2015, menos do que em qualquer ano desde que o Estado moderno foi fundado, em 1861.
Para a ministra Beatrice Lorenzin, o bônus mensal concedido a esses lares deveria ser o dobro dos 80 euros atuais (R$ 320). E, como uma forma de encorajar a formação de grandes famílias, ela também pediu pagamentos maiores a pais que têm o segundo ou mais filhos.
Em entrevista ao jornal "La Repubblica", Lorenzin afirmou: "Se continuarmos a lidar com isso como fazemos agora e falharmos no objetivo de reverter essa tendência, teremos menos de 350 mil nascimentos anuais daqui a dez anos, 40% menos do que em 2010 —um apocalipse".
Ela acrescentou: "Em cinco anos, perdemos mais de 66 mil nascimentos (por ano)... Se ligamos isso ao aumento no número de pessoas idosas e cronicamente doentes, temos o retrato de um país moribundo".
Benefício
O pagamento do benefício, instituído no ano passado, está disponível para bebês nascidos entre o início de 2015 e o fim do ano que vem e é concedido até o terceiro aniversário da criança.
A ministra, influente integrante do governo do premiê Matteo Renzi, quer que o direito seja estendido a todas as crianças com menos de três anos de idade.
A Itália tem uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa. Segundo números coletados pelo Banco Mundial, em 2014 eram só 8 nascimentos para cada mil habitantes, contra 12 no Reino Unido e 13 nos Estados Unidos.
No Brasil, foram 14 nascimentos para cada mil habitantes no ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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