Dia das Mães

Amor de mãe vira campanha de apoio

Depois que perdeu a filha Carminha, que sofria de leucemia, Karina Lindoso e o marido se engajaram nas campanhas da Fundação Antônio Jorge Dino

Adriano Martins Costa / Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h48
Karina Lindoso e a filha Carminha
Karina Lindoso e a filha Carminha

Em 2014, Karina Lindoso sofreu um dos maiores baques de sua vida: perdeu, vítima de leucemia, a filha Carmen Milan, com 3 anos e 5 meses. Foram momentos difíceis, que, como ela mesmo diz, nunca serão superados, porque a dor de perder um filho fica marcada para sempre. Mesmo assim, essa marca gerou um fruto que hoje pode ser visto na vida de outras pessoas.

Ela acompanhou Carminha em toda a jornada em busca de tratamento, e nesse tempo, o que ela e o marido, Ricardo Milan, observaram é que dezenas de outras crianças e adultos que iam para o Hospital Aldenora Bello, mantido pela Fundação Antônio Jorge Dino, em São Luís, em busca de tratamento contra o câncer, eram pessoas carentes, muitas do interior do estado e que não tinham condições de se manter na capital.

“Minha filha tinha condições, tinha a comida dela, vinha para casa, tinha o quarto dela. Mas aquelas pessoas, não. Quando passava pela parte do ambulatório, a gente via que a realidade era muito diferente”, relata.

Depois da partida de Carminha, Karina e o marido pensaram em criar uma fundação para ajudar essas pessoas. Mas eles perceberam e sentiram em sua própria luta o lema “Quem tem câncer tem pressa” e se uniram à Fundação Antônio Jorge Dino.

Foram diversas campanhas voltadas para a arrecadação de alimentos, utensílios, materiais de limpeza e higiene para os doentes de câncer e seus familiares. Com base nos seus amigos, Karina criou uma rede de solidariedade que ajuda constantemente na coleta dos itens necessários. “Nossa filha era muito bondosa. Ela se compadecia muito com o que via e é isso que a gente quer das pessoas”, afirma, de forma emocionada.

Cofrinho

Outra forma que ela achou para ajudar foi se engajar na “Campanha Cofrinho Solidário”. A campanha já existia e se trata de um cofrinho disposto em supermercados, farmácias e comércios espalhados pela cidade. Eles estão ali para que as pessoas depositem qualquer valor, revertido integralmente à fundação.

Depois do falecimento da filha, Karina e o marido foram procurados pela direção da fundação para saber se eles poderiam ceder a imagem da menina para ser utilizada na campanha. Eles não apenas cederam, como passaram a se engajar pessoalmente para que o cofrinho se tornasse mais conhecido. Daí, recorreram mais uma vez à sua rede de amigos para que também aderissem à campanha. Hoje, as pessoas passam pelas lojas, olham o cofrinho, fazem a doação e fazem questão de fazer uma foto, postar em alguma rede social e marcá-la. “Já teve gente que me disse que pegou o cofrinho meio escondido e colocou mais para a frente”, conta.

Karina e Ricardo mimam o pequeno Ricardinho
Karina e Ricardo mimam o pequeno Ricardinho

Nova vida

Karina afirma que a pessoa pode ter vários filhos, mas nenhum vai ocupar o lugar daquele que se foi. “Esse amor que Carminha abriu quando ela veio para nossos braços é um amor que não arrefeceu com a partida dela, mas a gente tinha que pôr para fora tudo isso e foi aí que voltamos para a Vara [da Infância], fizemos o curso de habilitação [para adoção], e Ricardinho veio para a gente”, comenta.
Ricardinho tem 9 meses e está na casa do casal praticamente desde que nasceu. É o xodó da família, e como o pai faz questão de frisar: “Ele está nos dando uma vida melhor”.

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