Missa de Décio Sá

Missa marca quatro anos do assassinato de Décio Sá

Cerimônia realizada no Santuário de Nossa Senhora da Conceição lembrou a trajetória do jornalista e a violência praticada contra ele no dia 23 de abril de 2012

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49
Irmã de Décio, Vilanir Sá, assiste à missa pelos 4 anos de morte do jornalista
Irmã de Décio, Vilanir Sá, assiste à missa pelos 4 anos de morte do jornalista (Irmã)

Uma missa para marcar os quatro anos do assassinato do jornalista e blogueiro de O Estado, Décio Sá. A cerimônia aconteceu no sábado no Santuário da Conceição, no Monte Castelo. O jornalista foi morto a tiros no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, em 23 de abril de 2012. Segundo a polícia, o assassinato teria sido motivado pela postagem que ele havia feito em seu blog sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, em Teresina, no dia 31 de março de 2012, e por ter apontado como mandantes José de Alencar Miranda Carvalho e Gláucio Alencar Pontes de Carvalho, mandantes da morte do jornalista.

A missa realizada no sábado, dia 23, foi encomendada por uma das irmãs do jornalista, a professora Vilenir Sá. Durante a celebração, padre Carlos, vigário paroquial, lembrou que Deus oferece conforto para aqueles que sofrem com a perda de um ente querido. “Não há como apagar da memória a tristeza de não poder conviver mais com quem amamos, mas o Senhor nos conforta, assim como recebe de braços abertos o seu filho que chamou para si aqui da Terra”, disse.

Vilenir Sá afirmou que quatro anos após a morte do irmão o sentimento que guarda hoje é de que a Justiça humana ainda não aconteceu. “Por isso, recorro a Deus para que se faça a Justiça divina, que é a que nunca falha”, comentou. Ela foi à missa acompanhada das duas filhas menores.

A irmã do jornalista fez críticas ao fato de após quatro anos da morte do jornalista, apenas dois dos 11 acusados de envolvimento no crime terem ido a julgamento. “A Justiça dos homens tem muitos problemas. Marcam o julgamento, depois cancelam, outro está em prisão domiciliar. Nossa saída é esperar a Justiça divina”, comentou.

Assassinato

Décio Sá, que tinha 42 anos, foi assassinado na noite de 23 de abril no bar e restaurante Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, pelo matador de aluguel Jhonatan de Sousa Silva, 24 anos. Décio aguardava amigos para um jantar, quando o autor do crime efetuou cinco disparos à queima-roupa. Três tiros atingiram a cabeça do jornalista e outros dois a região dorsal. Décio Sá morreu ainda no local e o enterro aconteceu no dia seguinte o cemitério Jardim da Paz, em São José de Ribamar.

O executor do crime, segundo apontaram as investigações da Polícia, foi contratado por uma rede de agiotas, liderada pelos empresários Gláucio Carvalho e José Miranda Carvalho, durante a Operação Detonando, realizada pela Polícia Civil, ação que também capturou o empresário Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha, de 32 anos, outro intermediador do crime. O Ministério Público denunciou 12 pessoas pelo crime.

Até o momento, somente foram julgados e condenados o executor do crime, Jhonatan de Sousa Silva, em fevereiro de 2014, com uma pena de 27 anos e 5 meses, e Marcos Bruno Silva de Oliveira, no dia 13 deste mês, com 18 anos e 3 meses em regime fechado. A Justiça ainda não tem data prevista para julgar os mandantes do crime, os agiotas José Alencar Miranda de Carvalho, Gláucio Alencar Pontes de Carvalho e José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha.

Mais

Processo da morte de Décio Sá

A cúpula do Tribunal de Justiça, em dezembro do ano passado, acabou despronunciando a participação dos outros envolvidos nesse caso ­ Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha, e os investigadores da Polícia Civil Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros, pela ausência de provas contra eles. Os magistrados anularam também o processo judicial em que Elker Farias Veloso era apontado como participante direto na morte do jornalista.

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