Lixo

Lixo em área do aeroporto aumenta perigo de urubus

Apesar do fechamento do Aterro da Ribeira, que era o maior atrativo para essas aves, ameaça para aeronaves persiste por causa da falta de consciência de moradores do entorno do terminal, que criaram lixões na área

Atualizada em 11/10/2022 às 12h50

[e-s001]Durante anos o Ministério Público (MP) e a Prefeitura de São Luís discutiram o fechamento do Aterro da Ribeira, lixão localizado próximo ao Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado. Um dos motivos pelos quais o MP pedia o fechamento do aterro era o risco para as operações de pouso e decolagem, por causa da grande presença de urubus sobrevoando a região. Em julho do ano passado, o Aterro da Ribeira finalmente foi fechado. Agora, o problema são os lixões que estão surgindo às margens do muro do aeroporto, em razão da falta de consciência dos moradores da área, e atraem urubus para a área, como na Rua do Arame, no São Cristóvão.

Ao longo do muro do aeroporto de São Luís, na Rua do Arame é possível ver vários pontos com lixo acumulado. No local, é jogado todo tipo de dejeto. Galhos de árvore, restos de comida, pneus, caixas de papelão, entre outros. Na tarde de ontem, quando O Estado esteve no local, haviam ateado fogo no lixo acumulado em um dos pontos. A fumaça que ainda saía dos restos de lixo denunciava que a queimada havia ocorrido havia pouco tempo.

A queimada do lixo no local traz diversos riscos para a região. “Aqui é uma pista e muitos carros trafegam pela via. Com uma queimada, a fumaça compromete a visibilidade e pode ocorrer um acidente”, reclamou o condutor Bruno Chaves, que passava pelo local. Além disso, há o risco de as chamas atingirem a vegetação que fica na área do terreno pertencente ao Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado e o incêndio tomar proporções maiores.

No muro, foi aberto um buraco para que as pessoas possam jogar o lixo no terreno do aeroporto. Lá, é possível ver dezenas de pneus velhos acumulados e diversos parachoques de veículos. “Muitas pessoas jogam seu lixo por cima do muro”, denunciou Olavo Bezerra, morador da Rua do Arame.

[e-s001]O acúmulo de diversos recipientes às margens do muro do aeroporto traz ainda outro risco para quem mora nos arredores: a proliferação do mosquito Aedes aegypti e a transmissão da dengue, febre chikungunya e zika vírus, já que pneus podem se tornar criadouros.

Fechamento

O fechamento do Aterro da Ribeira (localizado a cerca de seis quilômetros do Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado) atendeu à decisão do juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, Clésio Coelho Cunha. Uma Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MP) tramitava desde abril de 1997 e visava, dentre outros pontos, à reparação dos danos causados pelo Aterro da Ribeira, especialmente no que diz respeito aos riscos causados para a aviação, com a proximidade do aterro do aeroporto de São Luís.

Após tramitar por anos na Justiça, o MP obteve parecer favorável, mas os efeitos da decisão foram suspensos pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). Desde 2008, o aterro funcionava por meio de força de liminar. Em 25 de julho de 2015, a Prefeitura de São Luís fechou oficialmente o aterro, e os resíduos domésticos produzidos na capital passaram a ser levados para a Central de Tratamento de Resíduos Titara, localizada no povoado Buenos Aires no município de Rosário (a 75 quilômetros de São Luís).

SAIBA MAIS

Segundo o Sistema de Gerenciamento de Risco Aviário (Sigra) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em 2015 foram reportados 23 eventos de interesse com fauna nas imediações do Aeroporto Marechal Cunha Machado. Desse total, foram 19 colisões e quatro avistamentos de aves durante as diversas etapas, como pouso, decolagem, aproximação, etc. Neste ano, nenhuma ocorrência foi registrada, mas o risco de acidentes é iminente, já que as aves continuam presentes, ainda que em menor quantidade.

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