Estados Unidos enviam submarino à Coreia do Sul
O USS North Carolina está a caminho da Coreia do Sul transportando mísseis Tomahawk; o envio do submarino é considerado uma resposta para o recente lançamento norte-coreano de um satélite espacial a bordo de um foguete de longo alcance
Washington - Os Estados Unidos enviaram um submarino de propulsão nuclear à Coreia do Sul, informou ontem uma fonte militar em Seul, em resposta ao lançamento recente de um foguete espacial por parte da Coreia do Norte, uma ação que é considerada pela comunidade internacional um teste de mísseis encoberto.
O USS North Carolina (SSN-777), um submarino Classe Virgínia com mais de oito anos de serviço, "está a caminho da Coreia do Sul", segundo indicou uma fonte das Forças Armadas do país asiático à agência "Yonhap".
A embarcação de propulsão nuclear, cuja velocidade de cruzeiro é de 46 km/h, tem capacidade para transportar mísseis Tomahawk e até 48 torpedos submarinos.
Com o envio do USS North Carolina para águas sul-coreanas, os EUA pretendem "reafirmar seu compromisso com a defesa da Coreia do Sul" e "dar uma mensagem de advertência à Coreia do Norte", segundo a fonte, que também afirmou que os EUA estão cogitando mandar dois novos aviões de combate com capacidades furtivas ao país asiático, possivelmente um bombardeiro B-2 e um caça F-22 Raptor.
O envio do submarino é considerado uma resposta para o recente lançamento norte-coreano de um satélite espacial a bordo de um foguete de longo alcance, uma ação fortemente criticada por Seul e Washington, que a consideram um teste encoberto de mísseis que violaria resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Este órgão das Nações Unidas previsivelmente emitirá novas sanções ao regime de Kim Jong-un pelo recente lançamento espacial e por seu quarto teste nuclear, que foi realizado no dia 6 de janeiro. Após o teste nuclear de janeiro, o exército dos EUA já enviou um bombardeiro B-52 à Coreia do Sul.
Os EUA mantêm 28.500 soldados de forma permanente na Coreia do Sul, país do qual se compromete a defender em caso de conflito com o Norte como herança da Guerra da Coreia (1950-1953).
Sanções
O Senado dos Estados Unidos aprovou, de forma unânime, um projeto de lei para impor novas sanções contra a Coreia do Norte.
Por 96 votos a zero, os senadores aprovaram um pacote de sanções mais rígido que o estabelecido em janeiro pela Câmara dos Representantes. No entanto, o novo projeto ainda tem que ser apreciado na Câmara antes de ser enviado à Casa Branca, que ainda não se posicionou sobre esse projeto de lei.
"Quando temos supostos 'parceiros' no Conselho de Segurança da ONU que não estão dispostos a tomar medidas, fica ainda mais claro que esta instituição tem que ser pró-ativa", disse hoje o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, o republicano Robert Phillips Corker.
Apesar de o Conselho de Segurança da ONU ter condenado o lançamento do foguete e garantido que espera aprovar uma nova resolução que inclua mais sanções o mais rápido possível, o Senado dos EUA procura pressionar com seu projeto de lei a comunidade internacional a agir mais rapidamente contra a Coreia do Norte.
Congelamento
As sanções incluiriam o congelamento de ativos e a imposição de proibições de viagem a qualquer indivíduo que se envolva em transações financeiras que deem suporte para indústrias norte-coreanas como a nuclear e armamentista, ou que levem de alguma forma a violações dos direitos humanos e a ataques cibernéticos.
"Esta legislação representa o que o Congresso tem que fazer. A liderança americana é absolutamente crucial para deter a Coreia do Norte", afirmou o "número 2" no Comitê de Relações Exteriores do Senado, o democrata Benjamin Louis Cardin.
A votação foi tão importante que os dois senadores republicanos que concorrem pela indicação do partido para as eleições presidenciais de novembro, Marco Rubio e Ted Cruz, retornaram a Washington para votar em favor da medida, algo que o senador Bernie Sanders, pré-candidato democrata, não fez.
Cruz afirmou inclusive que Obama deveria estar à frente da imposição de sanções contra a Coreia do Norte e que também deveria incluir o país asiático na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, da qual o regime foi retirado em 2008 e na qual agora estão apenas Irã, Sudão e Síria.
"O presidente tem que pressionar a China para que detenha a Coreia do Norte e tem que parar de fingir que a China é um amigo neste tema", afirmou o senador pelo Texas e pré-candidato presidencial.
Mais
O Japão aprovou a ampliação de suas sanções unilaterais sobre a Coreia do Norte em resposta ao lançamento do foguete no último domingo, limitando as viagens entre os dois países e proibindo a entrada de embarcações norte-coreanas nos portos japoneses. Coreia do Norte ordena tomada militar de complexo industrial intercoreano
A Coreia do Norte ordenou ontem a tomada por militares do complexo industrial de Kaesong, o maior símbolo de cooperação entre as duas Coreias, e cortou duas importantes linhas telefônicas, uma civil e militar, pelas quais autoridades de Seul e Pyongyang se comunicavam.
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