Então, é Natal!

Ceia de moradores de rua e carentes é antecipada

Para não deixar famílias e quem está longe dela sem a ceia de Natal, voluntários estão preparando ações no início da semana, antecipando o Natal; na Igreja da Sé, o “Jantar de Natal Feliz” acontece hoje, em sua 8ª edição

Jock Dean/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

[e-s001]A ceia da meia-noite é uma das tradições do Natal e, se depender da Catedral Metropolita­na de São Luís, pessoas carentes não ficarão sem a refeição. É que a Sé realiza hoje a oitava edição do “Jantar de Natal com os Pobres” ou “Jantar de Natal Feliz”, com o objetivo de levar a alegria da data para pessoas carentes, considerados pela Igreja os “irmãos verdadeiros”. Assim como a catedral, outras igrejas e grupos de voluntários vão antecipar a ceia para a população carente da cidade.

A Igreja da Sé quer beneficiar pelo menos 1,5 mil pessoas durante o evento, que une ação social e evangelização. O “Jantar de Natal com os Pobres” ou “Jantar de Natal Feliz” é realizado pela catedral e tem como coordenador o pároco da Igreja Nossa Senhora da Vitória, César de Souza, que conta com o apoio das comu­nidades da Paróquia Nossa Senhora da Vitória e dos grupos Caridade, Sempre Amigas e Fraternidade O Caminho.

As atividades começam às 15h, com celebração de missa para lembrar o sentido do período natalino. A celebração ocorrerá na Igre­ja da Sé. Após a ce­lebração religiosa, será servido o jantar no pátio e estacionamento da catedral. Para o pároco da Igre­ja, padre César de Sousa, a intenção é convocar um grande número de pessoas carentes, “os irmãos verdadeiros”, para festejar o Natal. “Nós queremos convocar todos para o gran­de jantar que antes chamávamos de ‘Jantar dos Pobres’, mas hoje ele se transformou no ‘Jantar do Natal Feliz’, não como tema do ano, mas como tema ge­ral para todos os anos para festejarmos o clima natalino”, afirma.

De acordo com padre César, o jantar que é oferecido às pessoas carentes nesse período de Natal é uma forma de celebrar também a dignidade e o amor dos “irmãos mais injustiçados, esquecidos e marginalizados pela sociedade”. “Esse jantar é uma espécie de resgate da dignidade dessas pessoas. De todas as pessoas, mas principalmente as que Jesus mais amou, como as mais humildes e sofridas”, comentou.

[e-s001]Realizado há oito anos, o trabalho é uma ação da Catedral da Sé, que a cada ano reúne um número cada vez maior de pessoas. O trabalho conta com a participação solidária e voluntária dos grupos da Sé, e todos levam a sua contribuição. “Para esse evento, fazemos um mutirão da solidariedade. Não é um progra­ma ou um evento isolado dos gru­pos, aqui todos se envolvem. É um programa da Catedral da Sé, da Fraternidade do Caminho, da Caridade, Sempre Amigas e todas as pessoas que fazem parte dessa comunidade religiosa participam deste grande mutirão da solidariedade do nosso Natal”, diz pa­dre César.

Sobre o evento, o padre diz ain­da que a mensagem principal do jantar é a acolhida fraterna do amor sem medidas e de amar a todos sem distinção e sem acepção, principalmente, os “prediletos de Jesus”. Ele diz que Jesus fez uma predileção pelos abandonados, injustiçados, pelas mulheres e pelas crianças abandonadas que são os que mais so­frem o preconceito e a discriminação por falta de aceitação. “Então, a mensagem principal do jantar não poderia ser outra senão solidariedade, que é a men­sagem do amor, da fraternidade e de acolher os nossos irmãos verdadeiros nesse grande momento de celebração e festa, em que todo o amor será celebra­do”, afirma padre César.

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Café da manhã
A Igreja Nossa do Carmo também vai antecipar a ceia das pessoas carentes atendidas pela paróquia. No dia 22, terça-feira, após a primeira missa do dia, será servido um café da manhã, seguido da distribuição de cestas básicas.

O café da manhã será servido na Casa do Pão, que fica na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Há 30 anos, a Paróquia de Nossa Senhora do Carmo, por meio da Associação Educadora São Francisco de Assis, com sede na igreja localizada no Centro, distribui refeições diariamente a idosos que mo­ram no Centro e bairros adjacentes e a moradores de rua. As refeições são servidas de segunda a sexta-feira, das 11h40 às 12h30. A entre­ga de ces­tas é uma ampliação do trabalho diário já realizado pela paróquia.

Ceia
O grupo Anjos da Solidariedade, formado por membros da Igreja Comunidade Vida, vai servir ceia aos moradores de rua do centro de São Luís na noite do dia 23. “Anteriormente, a gente fazia es­se trabalho na noite do dia 24, mas acabávamos chegando em casa depois da meia-noite e para nós estar ao lado da nossa família nesse momento também é muito importante. Por isso, este ano antecipamos para o dia 23”, conta Thalita Simas, uma das líderes do Anjos da Solidariedade.

Os Anjos fa­zem um trabalho mensal junto a pessoas em situa­ção de vulnerabilidade, como os moradores de palafitas da Ilhinha e que moram sob a Ponte do São Francisco. “O nosso trabalho vai além da entre­ga de alimentos. Eles querem ser ouvidos e atenção. Então, além de oferecermos a eles uma ceia como a que teremos nas nossas casas, levaremos uma palavra de conforto”, disse Thalita Simas, destacando a importância religiosa da data.

O nosso trabalho é para que as famílias carentes tenham uma ceia tão boa quanto a que nós temos nas nossas casas” Thalita Simas, uma das líderes do Anjos da Solidariedade

Quem não serve a refeição ajuda doando alimentos para a preparação do jantar de Natal, como o Movimento de Ação Jo­vem (MAJ), um grupo que desenvolve diversos projetos sociais. “Somos um grupo nu­­meroso, que se subdivide em 10 grupos que atuam em áreas específicas, como hospitais, com crianças vítimas de abuso sexual e tantos outros. Temos um calendário de ações realizadas mensalmente”, explica Andréa Silva, uma das integrantes do MAJ.

Cestas
Este ano, eles decidiram arrecadar cestas básicas para 150 famílias carentes da comunidade Tiradentes, nas proximidades da Janaína. A entrega será hoje de manhã. Com isso, as famílias poderão preparar a ceia de Natal e celebrar a data em suas casas. “Fizemos diversos eventos para arrecadarmos as cestas.
As ações foram feitas por diversos membros do grupo ou em parceria com instituições de ensino. Mas o mais importante é que essas famílias vão ter um Natal feliz”, diz Andréa Silva.

[e-s001]A Igreja Evangélica Missionária, do Jardim América, também vai doar cestas para famílias carentes no Natal. A entrega será no dia 25, sexta-feira e cada família deverá receber uma cesta com pelo menos 15 itens. “No ano passado, nós doamos para a comunidade Tiradentes, mas ainda estamos arrecadando, e estamos decidindo a comunidade que será beneficiada. A entrega vai ser até um pouco tardia, mas de todo modo essas fa­mílias vão ter um fim de ano mais feliz, que é o que importa para a gente, levar felicidade”, afirmou Raffael Rocha, um dos membros da igreja.

SERVIÇO
O quê: 8º Jantar do Natal Feliz
Quando: Hoje, a partir das 15h
Local: Catedral da Sé

Programação
1º - Missa:

Organizada pelo padre César de Souza, pároco da Catedral da Sé e o grupo de Liturgia da Fraternidade “O Caminho”.
Local: Interior da Catedral da Sé (Nave)
Horário: 15h

2º - Jantar:
Organizado pelos grupos: Caridade, Sempre Amigas e demais grupos da Catedral da Sé e comunidades.
Local: Pátio do estacionamento da catedral
Horário: Após a missa

SAIBA MAIS
A tradição da ceia natalina


A ceia de Natal envolve muitas tradições populares. O peru é o prato mais tradicional, inclusive com receitas exóticas, tendo sido usado desde o século XVI na Europa. Recentemente, no Brasil, o pernil de porco e o frango passaram a estar juntos do peru na ceia de Natal. As tradições dos pratos variam em cada país. Em Portugal, come-se bacalhau com batatas e couves, mas também se come peru. Na Rússia, evita-se a carne, enquanto na Jamaica há um grande uso de ervilhas. Na Alemanha, come-se carne de porco. Pratos tradicionais de tempero forte também são muito comuns. Na Austrália, onde as festividades natalinas acontecem durante o verão, as pessoas costumam fazer a ceia de Natal em praias. Na África do Sul, outro país que comemora o Natal durante o verão, é comum fazer a ceia em mesas colocadas do lado de fora das casas. No Brasil, incorporaram-se várias receitas que chegaram ao país com a colonização portuguesa, como a rabanada e o bolinho de bacalhau.

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