Aids

Vereadora acusa Prefeitura de SL de abandonar pacientes com Aids

Crítica foi feita por Rose Sales (PV) durante uma audiência pública; a cada 32 horas, um paciente foi diagnosticado com Aids em São Luís este ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
(Rose Sales)

SÃO LUÍS - A vereadora Rose Sales (PV) acusou a Prefeitura de São Luís de não prestar assistência adequada para os pacientes com HIV/Aids. A crítica foi feita durante uma audiência pública com o tema "Prioridades Orçamentárias voltadas às pessoas vivendo com HIV/AIDS e com doenças oportunistas: Avanços ou Retrocessos?", que ocorreu na semana passada.

Rose Sales lamentou o fato da Prefeitura de São Luís ter encaminhado para o parlamento municipal a Lei Orçamentária para 2016, sem que conceda resolutividade à prevenção, combate do vírus e tratamento digno aos soropositivos. “Lamentavelmente, devido ao descaso e à negligência do governo municipal, os cidadãos de direito estão morrendo em São Luís. Em 2013, morreram cerca de 127 pessoas soropositivas, e, em 2014, uma base de 159 pessoas, sem leito, morreram devido às doenças oportunistas (hepatites virais, tuberculose, hanseníase, dentre outras)", afirmou a parlamentar.

O presidente da Rede Nacional de Pessoas com HIV/AIDS, Ronaldo Oliveira, também lamentou a ausência dos executivos municipal e estadual no evento. "Esse tipo de atitude é lamentável e vergonhosa onde vimos realmente quem está preocupado conosco, e mesmo sem a presença dos secretários de saúde do município e do estado e de outras autoridades convidadas, nós que fazemos parte da categoria, estivemos em peso para mostrar a força que temos na sociedade e reivindicar nossos direitos”, disse.

Necessidade - A vereadora disse que se faz necessária, por parte dos poderes público municipal e estadual, a garantia orçamentária e efetiva de uma rede especializada de cuidados, prevenção e tratamento de pacientes portadores do vírus HIV/AIDS, principalmente na garantia de leitos nos hospitais públicos e que seja assegurado a eles, a inclusão na estruturação da política de enfrentamento às doenças oportunistas, que afligem uma significativa parcela da população com HIV/AIDS, que sofre, morre sem leitos ou pela falta de uma assistência mais ampliada.

"Registro o meu repúdio. Os cidadãos com HIV/AIDS de nossa cidade, mais uma vez foram desprezados pela Prefeitura de São Luís em seus direitos e em sua dignidade humana", finalizou a vereadora.

Após mais de 4 horas de Audiência Pública foram deliberados encaminhamentos e propostas tais como:

1 – Cobrar a decisão política da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e da Secretaria de Estadual da Saúde (Ses), visando garantir no orçamento de 2016, a assistência à população de HIV/AIDS São Luís;

2 - Instalação do serviço de atendimento às crianças portadoras HIV/AIDS;

3 - Estruturação do serviço de atendimento aos adultos com HIV/AIDS;

4 - E construção do Hospital de Referência às pessoas com HIV/AIDS, com doenças infecto-contagiosas e com doenças oportunistas;

5 - Criação de leitos para as pessoas diagnosticadas com o vírus HIV/AIDS e acometidas por doenças oportunistas.

Números - A cada 32 horas, um paciente foi diagnosticado com Aids em São Luís este ano. A constatação é feita com base nos dados mais recentes divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus) que apontam que, somente este ano, 243 casos da Aids foram notificados na capital maranhense. Existem atualmente em São Luís 5.773 diagnósticos positivos. Ainda segundo a pasta, o índice de casos em 2015 é 19% inferior ao mesmo período do ano passado.

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