Festival

Arnaldo Antunes homenageia Nauro Machado em show

Cantor recitou <i>Odisséia</i>, de autoria do poeta maranhense; apresentação fez parte da programação do Festival BR-135, que ocorre até amanhã

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52
Cantor recita poema de Nauro Machado durante show em São Luís
Cantor recita poema de Nauro Machado durante show em São Luís (arnaldo antunes)

SÃO LUÍS - O cantor Arnaldo Antunes homenageou Nauro Machado durante show na noite de quinta-feira (10) em praça que leva o nome do poeta maranhense, no Centro Histórico da capital. Apresentação fez parte da programação do Festival BR-135, que ocorre até amanhã.

O artista, durante o show, leu o poema Odisseia, de autoria de Nauro. "É um dos grandes poetas aqui da terra e faleceu recentemente. Eu queria prestar a minha homenagem a ele dizendo um poema que é sensacional", disse. O público que lotou a Praça Nauro Machado aplaudiu bastante e agradeceu pela homenagem e carinho do cantor, que também é poeta.

Poeta - Nauro Machado faleceu no dia 28 do mês passado, vítima de complicações no aparelho digestivo, e foi sepultado no dia 29. Segundo o boletim médico divulgado pelo Hospital UDI, ele estava internado na unidade de saúde desde o dia 24.

Ele nasceu em 2 de agosto de 1935 em São Luís, se tornou autodidata em artes e filosofia. Dedicado à poesia de questionamento sobre a essência do ser humano e seu destino, sua produção revelou lirismo e reflexões existenciais de elementos em sua volta. Já teve obras traduzidas para o inglês, francês e alemão e recebeu vários prêmios, inclusive da Academia Brasileira de Letras e da União Brasileira de Escritores.

Seu último livro lançado foi O Baldio som de Deus, que aconteceu no dia 25 de setembro deste ano, na casa onde ele morou cerca de 30 anos, na Rua dos Prazeres, no centro da cidade. Na obra, o poeta maranhense traz 240 poemas ilustrados por desenhos de João Sanches e falam sobre a solidão e a morte; a cidade, o povo pobre e a multiplicidade de Zeus.

Odisseia

Depois de nos cortarmos a nós mesmos,

separando a cabeça do olho impuro,

o olho dos membros e as pernas das mãos,

depois de separarmos em nós mesmos,

o que se come do que nos vomita

por meio escuso de sombrio canal

Depois de tudo em nós quebrado e inútil,

na angústia em pelo de uma opaca terra,

juntamos as partes e continuamos

(Nauro Machado)

Veja o momento da leitura do poema:

Festival BR-135

Na Praça Nauro Machado, a partir das 19h de hoje, se apresentam Ully Costa e Curumin, além de Maratuque Upaon-Açu, Criolina e Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Na Praça da Criança o palco será de Yhago Sebaz, Soulvenir, Quebra Tranca (CE), Coletivo Gororoba, Hip Hop Cangaceiro e Camarones Orquestra Guitarrística (RN).

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