Num esforço para garantir vitória no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), travam uma disputa pelos cargos de comando da comissão especial que analisará o pedido formulado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.
Para evitar um parecer favorável ao impeachment, aliados da presidente articulam com a base governista a escolha de nomes afinados ao Governo Federal. De outro lado, Cunha atua para viabilizar parlamentares favoráveis ao impedimento da petista e que sejam seus aliados, mas tenham o respaldo da oposição, mesmo sendo governistas.
Pelo menos 18 dos 65 integrantes do colegiado já foram indicados pelos partidos. Na maioria dos partidos da base aliada ao governo, líderes priorizam parlamentares com mais experiência e capacidade de argumentação. Há partidos, contudo, que têm indicado nomes em busca de visibilidade, como é o caso do PPS. A legenda indicou o deputado Alex Manente (SP), pré-candidato à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
Maior bancada - Um dos partidos que terão o maior número de integrantes, o PT confirmou ontem que indicará os líderes do governo, José Guimarães (CE), e do partido na Casa, Sibá Machado (AC), para a comissão. A sigla também deverá indicar os deputados Carlos Zarattini (SP), Wadih Damous (RJ), Paulo Teixeira (SP), Paulo Pimenta (RS) e Arlindo Chinaglia (SP).
No PMDB, que assim como o PT terá oito integrantes, a indicação tem sido alvo de disputa interna. Peemedebistas pró-impeachment tentam convencer o líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), a contemplar todas as alas da sigla na comissão. Eles argumentam que, com isso, o líder poderá reagrupar a bancada e obter apoio de todos os correligionários em uma eventual candidatura de Picciani à presidência da Câmara, caso Cunha deixe o cargo.
O PC do B indicará a líder do partido na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), para a única vaga a que terá direito na comissão. A parlamentar é uma das principais defensoras do governo na Casa. O PSOL, que afirma que o processo de impeachment não tem legitimidade, vai indicar o deputado Ivan Valente (SP).
No PSB, que ainda não decidiu como deverá se posicionar sobre o impeachment, ao menos dois dos quatro representantes já estão certos. A legenda deverá indicar o líder da sigla na Câmara, Fernando Bezerra Filho (PE), e a deputada Luiza Erundina (SP). Erundina, ex-petista, já disse ser contra os pedidos de afastamento.
Dois nomes - No comando do Ministério das Comunicações, o PDT vai indicar os deputados Afonso Motta (RS) e Dagoberto (MS) para a Comissão Especial. Motta é líder do partido na Casa.
O PSDB anunciou os líderes Carlos Sampaio (SP) e Bruno Araújo (PE) como dois dos seis membros a que terá direito indicar na comissão. As vagas que faltam ser preenchidas são alvo de disputa. O Solidariedade indicou os deputados Arthur Maia (BA) e Paulinho da Força (SP), aliados de Cunha.
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