Impeachment

Partidos disputam cargos em comissão especial

Governo tenta garantir indicação de parlamentares contrários a impeachment de Dilma; Cunha articula a eleição de governistas dispostos a cassar a presidente

Agência Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h52

Num esforço para garantir vitória no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), travam uma disputa pelos cargos de comando da comissão especial que analisará o pedido formulado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.

Para evitar um parecer favorável ao impeachment, aliados da presidente articulam com a base governista a escolha de nomes afinados ao Governo Federal. De outro lado, Cunha atua para viabilizar parlamentares favoráveis ao impedimento da petista e que sejam seus aliados, mas tenham o respaldo da oposição, mesmo sendo governistas.

Pelo menos 18 dos 65 integran­tes do colegiado já foram indicados pelos partidos. Na maioria dos partidos da base aliada ao governo, líderes priorizam parlamentares com mais experiência e capacidade de argumentação. Há partidos, contudo, que têm indicado nomes em busca de visibilidade, como é o caso do PPS. A legenda indicou o deputado Alex Manente (SP), pré-candidato à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).

Maior bancada - Um dos partidos que terão o maior número de integrantes, o PT confirmou ontem que indicará os líderes do governo, José Guimarães (CE), e do partido na Ca­sa, Sibá Machado (AC), para a comissão. A sigla também deverá indicar os deputados Carlos Zarattini (SP), Wadih Damous (RJ), Paulo Teixeira (SP), Paulo Pimenta (RS) e Arlindo Chinaglia (SP).

No PMDB, que assim como o PT terá oito integrantes, a indicação tem sido alvo de disputa interna. Peemedebistas pró-impeachment tentam convencer o líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), a contemplar todas as alas da sigla na comissão. Eles argumentam que, com isso, o líder poderá reagrupar a bancada e obter apoio de todos os correligionários em uma eventual candidatura de Picciani à presidência da Câmara, caso Cunha deixe o cargo.

O PC do B indicará a líder do partido na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), para a única vaga a que terá direito na comissão. A parlamentar é uma das principais defensoras do governo na Casa. O PSOL, que afirma que o processo de impeachment não tem legitimidade, vai indicar o deputado Ivan Valente (SP).

No PSB, que ainda não decidiu como deverá se posicionar sobre o impeachment, ao menos dois dos quatro representantes já estão certos. A legenda deverá indicar o líder da sigla na Câmara, Fernando Bezerra Filho (PE), e a deputada Luiza Erundina (SP). Erundina, ex-petista, já disse ser contra os pedidos de afastamento.

Dois nomes - No comando do Ministério das Comunicações, o PDT vai indicar os deputados Afonso Motta (RS) e Dagoberto (MS) para a Comissão Especial. Motta é líder do partido na Casa.

O PSDB anunciou os líderes Carlos Sampaio (SP) e Bruno Araújo (PE) como dois dos seis membros a que terá direito indicar na comissão. As vagas que faltam ser preenchidas são alvo de disputa. O Solidariedade indicou os deputados Arthur Maia (BA) e Paulinho da Força (SP), aliados de Cunha.

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