Eleições 2016

Lideranças do PT divergem sobre rumos do partido

Petistas ainda não se decidiram entre apoio a Edivaldo Júnior ou Eliziane Gama, e candidatura própria

Gilberto Léda/O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54
Petistas de São Luís
Petistas de São Luís

Dirigentes e lideranças do Partido dos Trabalhadores em São Luís não chegam a um consenso sobre os rumos da legenda nas eleições de 2016.

Desde que parte da militância petista mostrou-se mais próxima da deputada federal Eliziane Gama, pré-candidata da Rede Sustentabilidade, a sigla ganhou o centro do debate eleitoral na capital.

A primeira manifestação oficial partiu do vereador Honorato Fernandes. Aliado do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), ele criticou o fato de que, na CPI da Petrobras, Gama tem adotado “postura agressiva” contra o governo Dilma Rousseff (PT).

“Tem me causado muita estranheza a deputada passar todo tempo de seu atual mandato numa postura agressiva contra nosso partido, contra o Governo Federal, inclusive com o achincalhamento de lideranças que foram, são e sempre serão referencias nas lutas e bandeiras defendidas por nós, e neste momento, buscar o diálogo com o PT”, declarou o parlamentar, em nota.

Eliziane Gama com mlitantes do PT
Eliziane Gama com mlitantes do PT

O argumento é o mesmo do deputado estadual José Inácio. A O Estado, ele não chegou a descartar uma aliança PT/Rede, mas ponderou que a postura da deputada e o alinhamento nacional do partido dela dificultam um acordo.

“Ao PT, não importa se uma candidatura tem 90% de chances de vitória. O que não faremos é apoiar uma candidatura que seja contrária ao nosso projeto nacional”, adiantou.

O deputado federal José Carlos tem posicionamento parecido. “Acho muito pouco provável [uma aliança com a Rede], principalmente em função do posicionamento dela [Eliziane Gama] no plano federal”, comentou.

Conversas - O presidente estadual do PT, Raimundo Monteiro, por outro lado, admite a possibilidade de conversar com a parlamentar sobre o projeto – uma reunião chegou a ser marcada para ontem, mas foi reagendada para sexta-feira, 23, a pedido da pré-candidata.

“A possibilidade de composição existe para todos os pré-candidatos. Vamos conversar com todos, não fechamos as portas para ninguém. Agora, admitir que vamos conversar não significa declarar apoio agora. Isso tudo precisa ser debatido pelo partido”, ressaltou.

MAIS - Dirigente nacional do PT no Maranhão, a militante Berenice Gomes reclamou em nota do pouco caso feito pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e defendeu que, no atual “momento político”, a tese de candidatura própria seria a mais “adequada”.

“Eu não procurei o PT”, diz Eliziane Gama

Em entrevista a O Estado, a deputada federal Eliziane Gama, pré-candidata da Rede Sustentabilidade à Prefeitura de São Luís, declarou que em nenhum momento procurou o PT para tratar de composição para as eleições de 2016.

A parlamentar admite que há uma aproximação de parcela da militância, mas que isso nunca se transformou num debate oficial sobre a possibilidade de aliança.

“Eu não procurei o PT. Há uma militância do PT que está ficando próxima de mim, isso é um fato. Mas nunca tratei de sigla. Nunca esperei vinda do PT. Acho até pouco provável”, declarou ela, que se disse surpreendida com a recente repercussão dessa aproximação.

“Estou surpresa com isso”, completou.

Ao comentar o assunto, no entanto, Gama deixou escapar quais as alianças que estão mais próximas de serem consolidadas.

“Agora o PSDB e o PMDB podem vir”, afirmou.

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