Dissidencias

Sem Tsipras, Grécia terá novo grupo de políticos

Dissidências no partido e a renúncia do primeiro-ministro Alexis Tsipras, anunciada quinta-feira, 20, levaram 25 membros do Syriza a deixar a legenda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

ATENAS - Dissidências no partido e a renúncia do primeiro-ministro Alexis Tsipras, anunciada quinta-feira, 20, levaram 25 membros do Syriza a deixar a legenda. O ex-ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, que liderou a oposição ao acordo financeiro com credores da Grécia, anunciou ontem que eles decidiram se manter “fiéis às promessas de campanha” e formar um novo grupo, chamado Unidade Popular.

"Nossa primeira meta é cancelar o acordo. Este é o único caminho para o nosso país sair da crise”, disse Lafazanis em entrevista coletiva. O grupo promete também cancelar a maioria da dívida grega, o que, segundo o líder da nova legenda, “é algo possível de se fazer, desde que lutemos e acreditemos nisso.”

A Constituição grega diz que, antes de convocar eleições antecipadas, é preciso formar um governo provisório. O segundo maior partido no Parlamento, Nova Democracia, tem três dias para a tarefa. Se não conseguir, o mandato vai para o próximo partido em número de assentos, que deve ser o recém-criado Unidade Popular.

Credores - Apesar do clima de indefinição, os credores internacionais não se mostraram preocupados. A porta-voz da Comissão Europeia, Annika Breidthardt, disse que a renúncia de Tsipras era esperada e que, independentemente das eleições, os termos acordados na semana passada deverão ser cumpridos. “As reformas foram decididas pelo governo grego e votadas pelo Parlamento. Elas já podem ser implementadas”, afirmou a porta-voz.

O governo alemão, inicialmente contrário à concessão de mais um pacote de ajuda à Grécia, também disse que possíveis mudanças no governo grego não devem interferir no acordado. “Nada mudou em relação ao que foi decidido para os próximos três anos. Esse é um dos princípios fundamentais da cooperação europeia”, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

Antes de Tsipras renunciar, Atenas recebeu os primeiros 13 bilhões de euros do pacote de ajuda financeira, que totaliza 86 bilhões. A maior parte da quantia foi usada para liquidar uma dívida com o Banco Central Europeu.

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