Paralisação

Estudantes e professores do Cintra protestam contra gestão da escola

Grupo interditou um trecho da Avenida Casemiro Júnior, uma das principais vias do Anil, para chamar atenção da população para problemas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h55

Um grupo de estudantes e professores do Centro Integrado Rio Anil (Cintra), localizado no Anil, fez uma paralisação de advertência ontem. O grupo paralisou as aulas e interditou um trecho da Avenida Casemiro Júnior, para chamar a atenção para os problemas que vêm sendo enfrentados na unidade de ensino. De acordo com eles, as condições do prédio da escola e a estrutura ofertada a alunos e professores são alguns dos problemas que prejudicam a qualidade do ensino.

O protesto ocorreu às 9h e causou um engarrafamento na avenida. Com cartazes, faixas e discursos sendo proferidos em um carro de som, os estudantes deixaram a escola rumo à via, no trecho que fica em frente à Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Anil. A paralisação, que durou cerca de uma hora, tinha como principal objetivo pedir uma intervenção técnica.

De acordo com os coordenadores do movimento intitulado "Movimento Democracia e Transparência por uma Educação Pública de Qualidade no Cintra", já foram várias as tentativas de diálogo com a nova gestão da escola, que assumiu o centro neste ano. Mas as reivindicações não foram atendidas. Com isso, a qualidade de ensino vem sendo prejudicada.

Mudanças - De acordo com Márcio José Gonçalves de Jesus, professor de História da escola, os problemas na gestão do colégio são anteriores à atual, mas se agravaram com a mudança na direção. "Quando a gente pensava que, em razão da mudança da direção, o Cintra iria melhorar, o que aconteceu é que as direções antiga e atual se uniram e a situação está piorando. Desde superlotação de sala, até falta de condições de higiene, equipamento educacional para a gente trabalhar, a deterioração dos prédios. Tudo piorou", disse.

O calor é insuportável, até por conta da própria estrutura da escola, que era uma fábrica. Todos esses problemas atrapalham o aprendizado dos alunos. Com a mudança de direção, não tivemos melhoria"Márcio José Gonçalves de Jesus, professor do Cintra

O estudante Matheus Mondego, presidente do Grêmio Escolar, entrou na escola em 2007 e cursa hoje o 2º ano do ensino médio. "É insuportável essa estrutura que nos é fornecida. As salas de aula são completamente desequipadas, sem lâmpadas e ventiladores, sujas. O calor é insuportável até por causa da própria estrutura da escola, que era uma fábrica. Todos esses problemas atrapalham o aprendizado dos alunos. Com a mudança de direção, não tivemos melhoria. Tivemos um continuísmo na direção. Aqui no Cintra, a politicagem sempre reinou, interferiu na questão pedagógica e financeira", afirmou.

Hoje, o movimento reivindica imediato aparelhamento educacional do Cintra, recomposição salarial do pessoal de apoio educacional,recomposição democrática do colegiado escolar, construção democrática do projeto pedagógico e mudanças no estatuto da escola e Fundação Nice Lobão, entidade à qual a unidade de ensino está subordinada.

O outro lado - Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que, desde o início da atual da gestão, vem dialogando com a equipe gestora do Centro Integrado Rio Anil (Cintra) para melhorar a qualidade do ensino, estrutura física e administrativa da escola, que é a maior instituição educacional do Maranhão e uma das maiores do país.

Informou ainda que na quarta e quinta-feira uma equipe técnica da Seduc se reuniu, na sede da escola, com representantes dos estudantes, docentes e gestores. Na oportunidade, foi apresentada uma série de medidas que vêm sendo adotadas pelo Governo do Estado para garantir a melhoria das condições físicas e pedagógicas, reivindicadas pela comunidade escolar desde a gestão anterior. Entre ações encaminhadas estão: reordenamento do quadro docente; reorganização de pessoal técnico da Fundação Nice Lobão, que atuam no Cintra; planejamento para execução de obras de manutenção e de reforma geral do prédio; além de melhoria do mobiliário escolar, como aquisição de novas carteiras e aparelhos de ar condicionado, que serão instalados na escola.

A Seduc frisou ainda que o Centro Integrado Rio Anil integra o Sistema Estadual de Ensino e, por força da Lei n.º 5.774, de 15 de junho de 1993, está ligado à Fundação Nice Lobão, com o seu acervo e seu pessoal. Desta forma, e, em conformidade com o Art. 2.º da Lei, goza de autonomia administrativa e financeira. Entretanto, os profissionais da educação do Cintra pertencem ao quadro de pessoal docente da Secretaria.

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