Um grupo de estudantes e professores do Centro Integrado Rio Anil (Cintra), localizado no Anil, fez uma paralisação de advertência ontem. O grupo paralisou as aulas e interditou um trecho da Avenida Casemiro Júnior, para chamar a atenção para os problemas que vêm sendo enfrentados na unidade de ensino. De acordo com eles, as condições do prédio da escola e a estrutura ofertada a alunos e professores são alguns dos problemas que prejudicam a qualidade do ensino.
O protesto ocorreu às 9h e causou um engarrafamento na avenida. Com cartazes, faixas e discursos sendo proferidos em um carro de som, os estudantes deixaram a escola rumo à via, no trecho que fica em frente à Paróquia Nossa Senhora da Conceição do Anil. A paralisação, que durou cerca de uma hora, tinha como principal objetivo pedir uma intervenção técnica.
De acordo com os coordenadores do movimento intitulado "Movimento Democracia e Transparência por uma Educação Pública de Qualidade no Cintra", já foram várias as tentativas de diálogo com a nova gestão da escola, que assumiu o centro neste ano. Mas as reivindicações não foram atendidas. Com isso, a qualidade de ensino vem sendo prejudicada.
Mudanças - De acordo com Márcio José Gonçalves de Jesus, professor de História da escola, os problemas na gestão do colégio são anteriores à atual, mas se agravaram com a mudança na direção. "Quando a gente pensava que, em razão da mudança da direção, o Cintra iria melhorar, o que aconteceu é que as direções antiga e atual se uniram e a situação está piorando. Desde superlotação de sala, até falta de condições de higiene, equipamento educacional para a gente trabalhar, a deterioração dos prédios. Tudo piorou", disse.
O calor é insuportável, até por conta da própria estrutura da escola, que era uma fábrica. Todos esses problemas atrapalham o aprendizado dos alunos. Com a mudança de direção, não tivemos melhoria"Márcio José Gonçalves de Jesus, professor do Cintra
O estudante Matheus Mondego, presidente do Grêmio Escolar, entrou na escola em 2007 e cursa hoje o 2º ano do ensino médio. "É insuportável essa estrutura que nos é fornecida. As salas de aula são completamente desequipadas, sem lâmpadas e ventiladores, sujas. O calor é insuportável até por causa da própria estrutura da escola, que era uma fábrica. Todos esses problemas atrapalham o aprendizado dos alunos. Com a mudança de direção, não tivemos melhoria. Tivemos um continuísmo na direção. Aqui no Cintra, a politicagem sempre reinou, interferiu na questão pedagógica e financeira", afirmou.
Hoje, o movimento reivindica imediato aparelhamento educacional do Cintra, recomposição salarial do pessoal de apoio educacional,recomposição democrática do colegiado escolar, construção democrática do projeto pedagógico e mudanças no estatuto da escola e Fundação Nice Lobão, entidade à qual a unidade de ensino está subordinada.
O outro lado - Em nota, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que, desde o início da atual da gestão, vem dialogando com a equipe gestora do Centro Integrado Rio Anil (Cintra) para melhorar a qualidade do ensino, estrutura física e administrativa da escola, que é a maior instituição educacional do Maranhão e uma das maiores do país.
Informou ainda que na quarta e quinta-feira uma equipe técnica da Seduc se reuniu, na sede da escola, com representantes dos estudantes, docentes e gestores. Na oportunidade, foi apresentada uma série de medidas que vêm sendo adotadas pelo Governo do Estado para garantir a melhoria das condições físicas e pedagógicas, reivindicadas pela comunidade escolar desde a gestão anterior. Entre ações encaminhadas estão: reordenamento do quadro docente; reorganização de pessoal técnico da Fundação Nice Lobão, que atuam no Cintra; planejamento para execução de obras de manutenção e de reforma geral do prédio; além de melhoria do mobiliário escolar, como aquisição de novas carteiras e aparelhos de ar condicionado, que serão instalados na escola.
A Seduc frisou ainda que o Centro Integrado Rio Anil integra o Sistema Estadual de Ensino e, por força da Lei n.º 5.774, de 15 de junho de 1993, está ligado à Fundação Nice Lobão, com o seu acervo e seu pessoal. Desta forma, e, em conformidade com o Art. 2.º da Lei, goza de autonomia administrativa e financeira. Entretanto, os profissionais da educação do Cintra pertencem ao quadro de pessoal docente da Secretaria.
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