Protesto

Moradores protestam e entram em confronto com a PM em Alcântara

Em manifestação contra condições de saúde e infraestrutura de escolas, populares exigem a saída do prefeito e do juiz do município e afirmam que foram agredidos pelos policiais do Batalhão de Choque chamados para conter a multidão

Eduardo Lindoso / OESTADOMA.COM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h56

O clima continua tenso em Alcântara, município localizado a 53km de São Luís. Depois de fecharem a MA-106, invadirem o fórum da cidade e se manifestarem na frente da sede da Prefeitura, na Praça da Matriz, moradores entraram em confronto com a polícia no início da tarde de ontem. Eles pedem a saída do prefeito Domingos Santana da Cunha Júnior (PT), do juiz da comarca local, Márcio Aurélio Cutrim, e cobram melhorias nos serviços públicos.

Os protestos começaram dia 31 de julho, quando uma gestante de 19 anos morreu após não conseguir atendimento de emergência em unidade de saúde na cidade. Com a população concentrada na frente do prédio do Executivo municipal, homens do Batalhão de Choque foram chamados para fazer a segurança do local e, revoltados, os moradores entraram em confronto. Uma moradora, que não quis se identificar, disse que houve alguns tiros, mas essa informação não foi confirmada. Bombas de efeito moral e balas de borracha foram atiradas em direção aos manifestantes. Um helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA) ajudou na dispersão da multidão. “Eles jogaram bomba nas pessoas e atiraram [balas de borracha] na nossa direção. O município está abandonado e esse prefeito não faz nada. Nós não queremos mais ele aqui”, disse a moradora, que não quis revelar seu nome.

Nós não temos hospital, apenas uma unidade de saúde. Nem banco de sangue nós temos. Administramos um município pobre de arrecadação, mas estamos fazendo o possívelDomingos Santana da Cunha Júnior, prefeito de Alcântara

As principais reclamações são contra o sistema de saúde público da cidade e a falta de infraestrutura das escolas municipais. As manifestações começaram dia 31 do mês passado, após a morte da jovem grávida Naires Rodrigues, de 19 anos, que não pôde ser atendida na Unidade Mista Dr. Neto Guterres. A jovem faleceu a caminho de um hospital de Pinheiro.

Reclamações também sobre a coleta de lixo no município foram feitas. Segundo os moradores, há três dias que as ruas da cidade não passam por limpeza.

Defesa – Em entrevista ao oestadoma.com, o prefeito afirmou que tem feito uma administração dentro das possibilidades da arrecadação do município e se defendeu das acusações.

“A gestante não morreu por falta de atendimento. Ela passou mal, acionamos o GTA para fazer o transporte para São Luís, mas eles estavam em resgate em Zé Doca. Fizemos o possível, mas ela não resistiu. Não faltou médico, faltou foi infraestrutura”, explicou.

Cunha Júnior afirmou que atualmente o município conta com sete médicos, todos do programa Mais Médicos, do Governo Federal. Segundo ele, destes, apenas dois não residem na cidade. Sobre as reclamações sobre a educação, o prefeito disse que tem trabalhado na melhoria das escolas que, segundo ele, antes da sua chegada estavam em estado deplorável. “Das 65 escolas que existem, 70% estavam em estado deplorável quando assumi a prefeitura. Hoje, 50 destas escolas estão completamente reformadas”, disse ele, afirmando também que acabou com o transporte de alunos em “paus de arara” ao adquirir ônibus novos em 2013.

Cunha Júnior garantiu que os protestos estão sendo orquestrados pelos seus opositores: “Não passa de 200 pessoas [no protesto]. Vi no meio dos moradores o ex-candidato a prefeito e outras pessoas ligadas a ele. Esses protestos estão sendo inflados por eles”.

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