Conflito

Cimi diz que índios Gamela foram atacados por policiais militares; SSP nega versão

Lideranças indígenas tiveram conflito com funcionários de empresa de energia.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 19h05
Conflito aconteceu nesta quinta-feira (18).
Conflito aconteceu nesta quinta-feira (18). (Reprodução)

VIANA - O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou que índios da etnia Akroá Gamela foram atacados por policiais militares e jagunços nesta quinta-feira (18), na Aldeia Cajueiro, localizada na zona rural de Viana, a 217 km de São Luís.

Um vídeo, divulgado nas redes sociais, mostra o momento em que dois carros entram na Aldeia Cajueiro e estacionam sem sair dos veículos. Os homens se identificaram como policiais e são questionados pelos índios. De acordo com o Cimi, funcionários de uma empresa que fornece energia elétrica para o Maranhão estariam tentando instalar postes e linhões dentro da Terra Indígena Taquaritiua, área que está em processo de demarcação pela Fundação Nacional do Índio (Funai) desde 2014.

A ação dos funcionários da empresa teria causado conflito com os indígenas. O Cimi informou que policiais militares foram acionados, colocaram lideranças indígenas a força dentro da viatura da PM e tomaram celulares e outros equipamentos de comunicação.

Por causa do conflito e das prisões, indígenas interditaram a MA-014, entre as cidades de Matinha e Viana, durante a noite. Até o último boletim divulgado pela PM, a via continuava bloqueada.

SSP se pronuncia sobre o caso

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA) informou que a polícia foi acionada após os funcionários da empresa de energia terem sido feitos reféns e terem dois carros queimados enquanto realizavam trabalhos na zona rural de Viana.

A SSP afirma ainda que, quando as equipes da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) chegaram ao local, dois PMs foram feitos reféns e tiveram as armas subtraídas. Com a chega de reforços, os reféns foram liberados, as armas recuperadas e quatro indígenas foram conduzidos para a Delegacia Regional de Viana.

Em nota, a Equatorial informa que realizava a finalização da construção da Linha de Distribuição – LD Miranda, no Maranhão, com 150 km de extensão, essencial para promover o desenvolvimento da região da Baixada Maranhense, com todas as licenças emitidas pelos órgãos competentes.

Veja a nota na íntegra:

A Equatorial informa que realizava a finalização da construção da Linha de Distribuição – LD Miranda, no Maranhão, com 150 km de extensão, essencial para promover o desenvolvimento da região da Baixada Maranhense, com todas as licenças emitidas pelos órgãos competentes.

Na condução da obra, os colaboradores foram abordados pelos indígenas Akroá-Gamella pedindo a paralisação da obra e a suspensão das atividades, e na manhã do dia 18/11 quando a empresa enviou colaboradores na tentativa de agendar uma reunião com a finalidade de entender os pleitos, os indígenas se exaltaram, mantiveram todos reféns por algumas horas, tomaram as armas dos policiais que foram chamados para tentar controlar a situação e atearam fogo nos veículos da concessionária. Um reforço foi solicitado e os reféns foram libertados sem ferimentos.

A Companhia, diante da situação exposta, de imediato suspendeu a obra até que os fatos sejam investigados pelos órgãos competentes, de modo a garantir a segurança de todos.
Por fim, a concessionária reitera que todos os seus esforços são no sentido de levar energia de qualidade para seus clientes, entre eles os povos indígenas do Maranhão, sempre respeitando a legislação, as pessoas e o meio ambiente.
Assessoria de Imprensa da Equatorial Energia

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