SANÇÃO DOS EUA

Flávio Dino e outros sete ministros do STF têm visto cancelado

Retaliação do governo Trump atinge grupo que apoiou restrições a Bolsonaro; medida afeta também familiares dos magistrados

Ipolítica

Flávio Dino está entre as autoridades que tiveram visto revogado pelos Estados Unidos.
Flávio Dino está entre as autoridades que tiveram visto revogado pelos Estados Unidos. (Gustavo Moreno / STF)

BRASÍLIA - O governo dos Estados Unidos cancelou o visto do ministro Flávio Dino e de outros sete integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), como resposta à decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A sanção também alcança familiares dos magistrados.

Além de Dino e Moraes, a lista inclui os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. A justificativa oficial, segundo comunicado da Casa Branca, é de que os atingidos se enquadram em casos que "possam ter consequências adversas e graves para a política externa dos EUA".

REPERCUSSÃO POLÍTICA

Segundo autoridades norte-americanas, a decisão foi anunciada por Marco Rubio, secretário de Estado do governo de Donald Trump. O Supremo Tribunal Federal não se manifestou até o momento. Fora da lista de sanção ficaram André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques. Mendonça e Marques foram indicados por Bolsonaro. Fux tem manifestado críticas às penas aplicadas a envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Os sete ministros atingidos têm votado de forma alinhada contra ações de aliados do ex-presidente e defenderam mudanças na responsabilização das plataformas digitais — pauta rejeitada pelo trumpismo nos EUA.

REAÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a sanção como “afronta” à soberania brasileira. Em nota pública, disse que a medida representa uma retaliação política articulada por Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de constranger o Judiciário nacional e interferir no processo legal em curso.

Gleisi também destacou que os ministros têm atuado com base na Constituição e que o Brasil “está com a Justiça, não com os traidores”. O episódio marca mais um ponto de tensão diplomática entre os dois países em meio às investigações sobre tentativa de golpe e ataques às instituições democráticas no Brasil.

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