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De Olho na Economia
É economista com experiência nacional e internacional em análises macroeconômicas e microeconômicas. Possui habilidade em análises setoriais, gestão do capital humano, orçamentos e finanças.
De Olho na Economia

O Maranhão tem tudo para crescer em 2025, basta decidir

O Maranhão é um grande produtor de soja, milho, celulose e tem o segundo maior rebanho bovino do Nordeste.

Wagner Matos/Economista

Atualizada em 06/01/2025 às 14h43
Coluna De Olho na Economia.
Coluna De Olho na Economia. (Foto: Reprodução)

Para quem acompanha meus artigos sobre economia, sabe que me dedico a analisar dados e informações tanto do setor público quanto do setor privado. Porém, é fundamental entender que as decisões políticas também influenciam na economia. Atualmente, observo certa demora na tomada de decisões. Essa lentidão no processo, faz com que o nosso estado perca oportunidades para outras regiões do país. É preciso que o nosso poder público estadual tenha atenção. Se não, o Maranhão perde competitividade e chances importantes de desenvolvimento.

Mesmo assim, mantenho a esperança de que as coisas melhorem. Para isso, acredito que devemos focar em setores como agropecuária, fertilizantes, energia renovável (biocombustíveis), petróleo, gás, logística para exportação e turismo. Outros estados também estão de olho nesses mesmos setores, esta concorrência para atração de investimentos, é natural. Entretanto, para que aproveitemos essas oportunidades, é imprescindível agilidade. 

O Maranhão é um grande produtor de soja, milho, celulose e tem o segundo maior rebanho bovino do Nordeste, com mais de 10 milhões de cabeças de gado. Em 2024, o estado foi reconhecido nacionalmente como zona livre de febre aftosa sem vacinação. Esse reconhecimento, agrega valor aos nossos produtos e abre uma nova vertente que é o mercado de exportação de boi vivo ao oriente médio.

Os fertilizantes são essenciais para a nossa crescente capacidade de produção agrícola, e 85% são importados de outros países. Atualmente, os cinco principais portos de importação, responsáveis por 76% das importações de fertilizantes, são os de Paranaguá com 25%, Santos com 20%, Rio Grande com 16%, São Luís com 9% e São Francisco do Sul com 6%. Se o Maranhão atrair mais investimentos nesse setor, poderemos receber mais esses produtos através dos nossos portos e distribuí-los para outros estados da região. É fundamental o acesso a esses insumos tão importantes para o agronegócio do país que podemos tirar maior proveito econômico.

A INPASA inicia no fim deste mês de janeiro, a operação de mais uma indústria produtora de etanol de milho, localizada no município de Balsas. A indústria vai processar um milhão de toneladas de cereais, resultando na produção de 460 milhões de litros de etanol, 230 mil toneladas DDGS, (em inglês, grãos secos de destilaria com solúveis), um subproduto da produção do etanol de milho, 23 mil toneladas de óleo premium e 200 gigas watts/ano de energia elétrica. Outro setor, ligado a indústria de esmagamento de grãos que pode se desenvolver no estado e atender a enorme demanda internacional, é a produção de ração animal que utiliza o DDGS. Hoje o maior produtor mundial é a China, mas adivinhem a origem da matéria prima, exatamente a soja e milho do Brasil. Temos também a possibilidade de criar um grande hub de distribuição de biocombustíveis (etanol e biodiesel) devido a um crescente número de esmagadoras de grãos na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Pará. Este setor necessita um apoio maior do governo estadual maranhense para acelerar a liberação da venda direta de biocombustíveis, que sai das indústrias diretamente para os postos de combustíveis, sem a necessidade de ir para as distribuidoras evitando o custo do “frete morto”. Caso, não ocorra estados vizinhos abocanham essa oportunidade de negócio.

O setor de petróleo e gás vão ser destaque na região, com a implantação de uma refinaria de combustível modular na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em Bacabeira, vai viabilizar atender a demanda regional e internacional. Além de ter a possibilidade da exploração de petróleo e gás da Margem Equatorial no futuro. O Gás Natural Liquefeito (GNL) terá seu espaço e pode começar a operação de um Terminal Privado de Regaseificação de GNL em São Luís, o terminal encontra-se em fase de licenciamento ambiental e atenderá o setor produtivo do Maranhão e região.

O setor portuário enfrenta um dilema, que é o limite de suas operações para atender à crescente demanda internacional. Neste cenário, o Maranhão tem um projeto do terminal portuário privado de Alcântara, que ajudará a solucionar esse problema na região do arco norte.Com esse projeto, o estado pode se tornar um dos principais centros de exportação do país. Além de evitar que nossas cargas sejam enviadas para portos de outros estados. Para isso, é fundamental agilizar também a liberação das licenças ambientais necessárias para iniciar as obras.

O setor do turismo no estado tem uma grande oportunidade de curto prazo para impulsionar a economia maranhense. Com suas belas praias, rica cultura e natureza exuberante, o potencial turístico tem enorme chance de aumentar os números de visitantes nacionais e internacionais, mas é necessário investir em infraestrutura e segurança.

Finalizo, com a afirmação que o Maranhão está pronto para decolar em 2025, na agropecuária, na produção de fertilizantes, energia renovável, petróleo, gás, logística para exportação e turismo. Esses setores são fundamentais para impulsionar a economia local. Entretanto, a burocracia e a demora nas decisões políticas têm prejudicado esse potencial de crescimento. Enquanto outros estados avançam rapidamente, o Maranhão perde tempo valioso. Para aproveitar todo esse potencial, é fundamental que o governo agilize os processos e crie um ambiente de negócios mais favorável. Ao superar esses desafios internos, o estado tem tudo para se tornar um dos mais prósperos do país.

Feliz 2025 à todos!


 

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