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COLUNA
Marcos Silva
Marcos Silva Marcos Silva é assistente social, historiador e sociólogo.
Marcos Silva

Os objetivos do desenvolvimento sustentável/ods/2030

O desafio para a gestão pública comprometida com o bem-estar social e a defesa do meio ambiente, implementar os ODS.

Marcos Silva

No ano de 2015 a ONU lança um desafio para as nações globais. Os objetivos do desenvolvimento sustentável. Na oportunidade a intenção de tornar o mundo menos injusto e mais equilibrado ambientalmente ficou posta nos 17 ODS.

O primeiro desafio posto é a erradicação da pobreza. Ou seja, o quadro atual conforme o PNUD Brasil (2023) diz que: 1,1 bilhão de um total de 6,1 bilhões de pessoas (pouco mais de 18%) vivem em pobreza multidimensional aguda em 110 países. Os estudos ainda mostram que a África Subsaariana (534 milhões) e o Sul da Ásia (389 milhões) concentram o maior número de pessoas na pobreza.

Por outro lado, o ODS 2 trata da importância do combate à fome e focado no desenvolvimento da agricultura sustentável. Em um mundo em que alguns setores do agronegócio só pensam em lucros, sem a mínima preocupação em conter o uso de agrotóxicos indiscriminados e muito menos reduzir os desmatamentos. Claro que existem um segmento do empresariado que atua no agronegócio que já perceberam a importância da responsabilidade socioambiental.

Saúde e bem-estar social; educação de qualidade; igualdade de gênero; água e saneamento básico; energia limpa e acessível a todos; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e assentamentos humanos sustentáveis; consumo e produção sustentáveis; ação global contra a mudança do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiças e instituições eficazes; parcerias e meios de implementação.

Como se vê, existe desde 2015 pelas Nações Unidas (ONU) a disposição de consolidar um plano de intenções que pode produzir a integralidade da sustentabilidade ambiental com o desenvolvimento econômico e social. Assim estruturou os 17 ODS e 169 metas para serem alcançadas até o ano de 2030.

Cada ODS tem vínculo com uma necessidade imediata que resulta do modelo de desenvolvimento econômico implementado a partir do Pós-Grande Guerra, posterior aos anos de 1950.  O certo é que atualmente precisamos repensar o desenvolvimento econômico global. Os recursos naturais são cada vez mais escassos. 

Um exemplo são os ODS 11 que chama os gestores públicos e privados juntamente com a sociedade civil para refletir e implementar cidades e assentamentos humanos sustentáveis. Em tempo de crescimento urbano em grande escala sem as mínimas condições de infraestrutura sustentáveis a busca desse desafio é de grande relevância socioambiental.

Não por acaso cidades como Barcelona têm caminhado para ampliar as áreas verdes urbanas e o uso de ciclovias para reduzir as emissões de gás carbono e ao mesmo tempo gerar um ambiente saudável para os moradores.

A combinação do planejamento urbano com ampla participação popular, além da garantia de transportes acessíveis e movidos a energia limpa. Garantir o acesso universal a moradias seguras, decentes e acessíveis, promovendo modelos habitacionais inovadores e programas de moradia social. Contudo é de fundamental importância adotar medidas de adaptação e mitigação para enfrentar os impactos das mudanças climáticas, como inundações, secas e ondas de calor.

No Brasil temos o exemplo da cidade de Curitiba no estado do Paraná em que mais avançou em matéria de planejamento urbano e melhorias no sistema de transporte e demais políticas públicas. No entanto, os desafios na maioria das cidades do Brasil ainda são grandiosos.

O desafio é planejar cidades com abastecimento de água e esgotamento sanitário universal, garantir transporte público de qualidade e com uso de energia limpa, assegurar o direito de espaços verdes para recarga de aquíferos e revitalização de nascentes para que os rios, riachos e lagos possam ser fontes de recursos hídricos para a captação de água para o tratamento e distribuição nas áreas urbanas e rurais.

As cidades precisam mais do que planos de intenções. Precisam de mobilização social em defesa de atitudes por parte dos gestores públicos para que realmente as cidades sejam agradáveis e o município de conjunto tenha um desenvolvimento econômico com justiça social e respeito ao meio ambiente.

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