Tempo integral

Famem reage a auditoria do TCE que aponta possível fraude de R$ 195 mi no Fundeb

Entidade que representa prefeitos aponta possível “confusão conceitual” da Corte de contas.

Ipolítica

TCE tem apurado possíveis irregularidades na gestão escolar
TCE tem apurado possíveis irregularidades na gestão escolar (Marcelo Camargo / Agência Brasil)

SÃO LUÍS - A Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) emitiu nesta quarta-feira (15) uma nota oficial para esclarecer pontos referentes ao ensino de tempo integral - em contraposição às escolas de tempo integral -, após um Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA) iniciar uma ampla fiscalização dessas modalidades de ensino ofertadas por prefeituras maranhenses.

O posicionamento da entidade que representa os prefeitos do estado ocorre após a Corte de contas local divulgar um relatório de uma fiscalização realizada em 182 municípios maranhenses para apurar a conformidade de dados sobre a implantação de escolas em tempo integral.

De acordo com o órgão, o resultado da apuração aponta que prefeituras maranhenses podem ter recebido R$ 195 milhões além do devido ao inflar artificialmente o número de matrículas em 2022.

O objetivo seria garantir mais recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) - o que até já gerou uma operação da Polícia Federal, em Timbiras.

No comunicado, a Famem destacou que há diferenças entre escola de tempo integral e ensino de tempo integral, e que isso deve ser levado em conta por órgãos de controle na apuração de possíveis irregularidades.

“Ao analisar as legislações vigentes, observa-se que a escola de tempo integral se refere mais especificamente à estrutura física e às atividades oferecidas durante todo o dia letivo, enquanto a educação de tempo integral enfatiza a ampliação da carga horária sem a obrigatoriedade de permanência prolongada na instituição de ensino. É imperativo destacar que a participação dos alunos em escolas de tempo integral não é um requisito para o município efetuar a matrícula em tempo integral", diz a nota técnica.

Para os prefeitos, tem havido equívocos na apuração levada a cabo pelo TCE maranhense, o que a Famem chama de “confusão conceitual”. A entidade pede ainda, na manifestação pública, que a Corte “reveja as conclusões da auditoria”".

“A interpretação errônea dos resultados da auditoria poderia sugerir a ocorrência de fraudes ou irregularidades por parte dos gestores, causando danos à reputação das instituições de ensino e à confiança da população. Diante da possível confusão conceitual identificada, é imperativo que o TCE-MA reveja as conclusões da auditoria, levando em consideração as diferenças entre os termos ‘Escola de Tempo Integral' e ‘Educação de Tempo Integral’', conforme estabelecido pelas legislações pertinentes", completa.

O TCE ainda não se manifestou após a divulgação da nota da Famem.

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