Golpe de Estado

CPMI: Eliziane pede o indiciamento de Bolsonaro

Eliziane Gama atuou como relatora da CPMI do 8 de Janeiro e leu o documento na reunião desta terça-feira; relatório será votado amanhã.

Ipolítica, com informações do Senado

Eliziane Gama leu relatório na reunião da CPMI desta terça-feira
Eliziane Gama leu relatório na reunião da CPMI desta terça-feira (Geraldo Magela/Agência Senado)

SÃO LUÍS - A senadora maranhense Eliziane Gama (PSD), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, pediu o indiciamento do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) e mais 60 pessoas.

O relatório foi lido por Gama na manhã desta terça-feira, em reunião do colegiado. O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), deu prazo até 9h desta quarta-feira (18) para o pedido de vista coletiva e marcou a votação do parecer para o mesmo dia.

O documento, segundo Eliziane, é baseado nas oitivas e nas centenas de documentos que chegaram à comissão de inquérito. Ela pede o indiciamento de Bolsonaro e de 60 pessoas por associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado.

Leia aqui a íntegra do relatório de Eliziane Gama

‘Golpe’

Para a relatora, “os golpes modernos à esquerda e à direita, não usam tanques, cabos ou soldados. O golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe”.

“Começam por uma guerra psicológica, a base de mentiras, de campanhas difamatórias, da disseminação do medo, da fabricação do ódio. É tanta repetição, repetição, repetição, potencializada pelas redes sociais, pelo ecossistema digital, que muitos perdem o parâmetro da realidade. O golpe avança pela apropriação dos símbolos nacionais. O golpe continua pelas tentativas de captura ideológica das forças de segurança. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral”, afirma a senadora.

Eliziane também pede o indiciamento de integrantes militares do governo Bolsonaro: general Braga Netto, ex-ministro da Defesa; general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

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Também estão na lista de indiciamento nomes próximos a Bolsonaro e que atuaram em órgãos de segurança no governo anterior, como o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques. Eliziane também sugere o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli.

O relatório recomenda ainda a criação do Memorial em Homenagem à Democracia, a ser instalado na parte externa do Senado Federal, reforçando que o Brasil é um Estado democrático de Direito e que, no dia 8 de janeiro de 2023, a democracia foi atacada.

Deputados e senadores da oposição ainda vão apresentar os votos em separado (relatórios paralelos), com foco em suposta omissão do governo federal no dia do ataque, nas prisões de manifestantes e na recusa da acusação de golpe pelo ex-presidente Bolsonaro.

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