SÃO LUÍS - O Governo do Maranhão interrompeu a distribuição de um leite especial destinado a bebês e crianças que sofrem de alergia à proteína do leite de vaca ou intolerância à lactose. Esta é a segunda vez, apenas este ano, que a entrega do produto foi suspensa.
O governo afirma que a interrupção na distribuição aconteceu devido à escassez do produto no país. No entanto, um coletivo composto por mais de 200 mães cujas crianças recebem o produto alega que o fabricante continua distribuindo-o de forma regular. Em média, o valor de uma lata desse leite é de R$ 300.
Murilo, com um ano e sete meses de idade, tem sido beneficiado pelo leite especial há anos. O alimento desempenha um papel fundamental em seu desenvolvimento e também atua na prevenção da desnutrição. O menino depende desta fórmula para complementar sua dieta, que é notavelmente restritiva.
"Já tem mais de 30 dias que estamos sem receber a fórmula. Ele recebe aproximadamente oito latas por mês pelo programa, mas mesmo ele recebendo as latas, a gente tem complementar, porque não dura até o final do mês", explica Mariana Ramos, dona de casa.
De acordo com as mães, a última vez que receberam o produto foi em julho. O leite especial é distribuído por meio de um programa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que atende crianças com alergia a proteína do leite de vaca ou que tenham intolerância à lactose.
Para ter acesso ao leite especial, os bebês e crianças, de até três anos, passam por uma avaliação feita por uma comissão que conta com um médico gastropediatra.
O grupo de mães chegou a procurar o Governo do Estado pelas redes sociais. O perfil oficial do governador Carlos Brandão (PSB) cheou a informar que o tipo de leite está em falta no Brasil e que assim que for regularizada a oferta, dará prioridade para a distribuição. No entanto, procurado pelas mães, o fabricante do leite informou que a distribuição do produto está normal.
"A resposta é sempre a mesma, que o leite está em falta a nível nacional que não está tendo a entrega e nem a distribuição. E a gente não entende porque não chega para o governo, mas tem na farmácia, disponibilidade para comprar a qualquer momento", disse.
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA), por meio da promotoria de saúde, informou que vai investigar as causas da falta do produto.
"Se as informações não baterem, do distribuidor ao gestor de saúde, a gente tem fazer uma mediação e adotar, se for necessário, uma medida judicial, inclusive bloqueio de bens para a aquisição desse leite especial junto ao fornecedor", afirmou Herbert Figueiredo, promotor.
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