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COLUNA

De Olho na Economia
É economista com experiência nacional e internacional em análises macroeconômicas e microeconômicas. Possui habilidade em análises setoriais, gestão do capital humano, orçamentos e finanças.
De olho na economia

O caminho para a prosperidade 

Agora vamos entender, a influência de cada um desses agentes, que são o governo, políticos, população, mercado produtivo e financeiro.

Wagner Matos/ Economista

Atualizada em 20/06/2023 às 10h25
 
 

Meus amigos, estamos presenciando um momento histórico para economia brasileira, que envolve os agentes e os elementos para uma economia mais sólida. Um alinhamento entre todos podem iniciar uma fase de expansão econômica, ou seja, o caminho para a prosperidade tão esperada pelo país. 

Agora vamos entender, a influência de cada um desses agentes, que são o governo, políticos, população, mercado produtivo e financeiro.

O governo tem as suas instituições públicas que estão mais fortalecidas, tem objetivos destintos e a capacidade de cumprir a sua função. Nesses primeiros 6 meses, o governo elaborou o seu planejamento, que está sendo aplicado com as devidas tomadas de decisão, acompanha a evolução dos processos e analisa os resultados. Caso exista a necessidade de ajustes, que se faça de imediato para que o governo evite maiores danos econômicos e políticos. Os políticos que conseguiram ser aprovados na última eleição estão se organizando em blocos partidários para garantir o seu espaço e exigir maior participação na execução orçamentária. Tanto que o Congresso vem exercendo papel decisivo nas votações de medidas de interesse do governo, da população e do mercado produtivo e financeiro. A população brasileira amadureceu ao enfrentar as consequências da pandemia, que foram a crise sanitária, econômica e a polarização política. Aumentou seu interesse pelo processo político, fez e faz comparativo de gestões, desenvolveu a sua habilidade de se organizar e se manifestar digitalmente através das redes sociais e grupos de mensagens e agora exige os assuntos que definem questões de Estado e da prosperidade econômica. O Mercado produtivo sofreu com a pandemia e guerra da Ucrânia, que trouxe uma impactante inflação de custos, ou seja, um aumento nos preços das commodities energéticas, alimentícias, químicas e metálicas que resultou na elevação dos custos de produção. Além disso, ocasionou a ruptura das cadeias de abastecimento e elevação no custo logístico global que trouxe a falta de mercadorias e pressionou ainda mais os preços ao consumidor final. O mercado financeiro encarou uma inadimplência fortíssima pelas paralizações das atividades econômicas, elevação nas taxas de juros e escassez de crédito. Além disso, vimos a valorização do dólar globalmente, saída do capital estrangeiro das bolsas de valores e interrupções em investimentos em projetos de desenvolvimento econômico. 

Agora veremos a influência dos elementos que contribuem para a prosperidade:

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, apresentou crescimento de 1,9% no 1° trimestre de 2023, o comparativo foi com o último trimestre de 2022. O PIB chegou a R$ 2,6 trilhões em valores correntes, o resultado superou as expectativas das projeções e foi puxado, principalmente, pelo crescimento de 21,6% da Agropecuária, maior alta para o setor desde o 4° trimestre de 1996, seguido com uma leve alta de 0,1% no Comércio, queda de 0,6% na Indústria e baixa de 1,6% nos Serviços. A Inflação oficial do país, que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem desacelerando, na última leitura do mês de maio/23 ficou em 0,23%, 0,38 ponto percentual abaixo da taxa de 0,61% de abril/23. Em 2023, a alta acumulada do IPCA é de 2,95%. Já nos últimos 12 meses, o índice registra 3,94%. O recuo foi ocasionado principalmente pela queda dos preços dos combustíveis e alimentos. A Desvalorização do dólar está acontecendo frente a todas as moedas no mundo, mas no Brasil temos um componente a mais, que o fluxo maior do dólar estimulado pelas exportações, tanto que observamos ultimamente a cotação em torno R$4,80. A Política abre oportunidades com aproximação da aprovação do arcabouço fiscal e andamento da reforma tributária, que podem resultar em menor endividamento do governo do que o esperado e permitir flexibilidade monetária e sustentabilidade para as contas externas do país. Os Investidores estrangeiros enxergam mudanças significativas no cenário político e econômico do Brasil, principalmente, após agência de classificação de risco Standard & Poor’s melhorar a perspectiva de nota de crédito do Brasil. Além disso, as ações de empresas da bolsa brasileira estão atrativas e aumentam apetite por risco por investidores estrangeiros que migram de outros países. A Taxa de Juros é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central (BC) no controle da inflação. Porém, precisamos entender a sistemática técnica que o BC trabalha, que é baseado em um tripé econômico: o câmbio flutuante, juros para política monetária e estabilidade financeira. Todos os elementos citados anteriormente podem ajudar na decisão técnica do corte da taxa de juros de uma forma harmônica.

 
 

Temos que entender, que presenciamos um acontecimento inédito no mundo, que foi praticamente, a paralização total da movimentação da população mundial e consequentemente das atividades econômicas. Mediante a situação, todos os governos, inclusive o brasileiro, se endividaram com emissões títulos, atrás de dinheiro para financiar as suas políticas públicas e projetos. Lembrando que no Brasil, quem decide emitir títulos de dívidas e qual o juro a ser pago é o Tesouro Nacional (Governo Federal). O mercado financeiro sabe analisar o risco envolvido de países emergentes e de países desenvolvidos e diante das opções, apresenta as suas condições de empréstimos a uma determinada taxa de juros. Ou seja, os juros ficam mais caros por causa das condições de alto endividamento do país. O governo sem opções cede e paga os juros alto e ao mesmo tempo disputa os recursos financeiros disponíveis no mercado com o empresariado e população, que tem a mesma necessidade: o crédito. É importante explicar, que essa disputa gera escassez no crédito e se a dívida do governo fosse mais baixa, o custo do dinheiro seria mais barato para todos (governo, empresariado e população) e a percepção de risco do país cairia.
 

Em resumo, após analisar as variáveis que influenciam esses agentes e elementos para a prosperidade, a minha avaliação é que o Banco Central pode antecipar o corte de juros, desde que o arcabouço fiscal seja aprovado logo. As ações dos agentes e dos componentes que mexem na economia estão favoráveis no momento. E isso, gera um ambiente oportuno para decisão do corte de juros pelo Banco Central e vejo um corte inicial de 0,75 ponto percentual. Este corte aceleraria os investimentos para o mercado produtivo, como a indústria, comércio e serviços, os mais atrasados, e o nível de inadimplência reduziria. Fazendo que a economia do país pegasse uma dinâmica para chegar na prosperidade.



 

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