Investigação

Estudante denuncia caso de racismo em partida de jogos escolares em São Luís

De acordo com a denúncia feita pela vítima, o ataque foi feito por torcedores que assistiam a um jogo de futsal.

Imirante.com, com informações da TV Mirante

Atualizada em 25/05/2023 às 09h17
O caso aconteceu no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís, no último domingo (21).
O caso aconteceu no Ginásio Costa Rodrigues, em São Luís, no último domingo (21). (Divulgação)

SÃO LUÍS - Um caso de racismo durante uma partida dos Jogos Escolares em São Luís está sendo investigada pela Federação Maranhense de Desporto Escolar. De acordo com a denúncia feita pela vítima, o ataque foi feito por torcedores que assistiam a um jogo de futsal.

Durante a partida, que ocorreu no último domingo (21), um atleta do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema) denunciou ter sofrido racismo. A vítima relatou ter ouvido gritos e xingamentos vindos da arquibancada, mas não pôde identificar as pessoas devido a quantidade de gente no local e por estar de costas para o público no momento em que ouviu os ataques racistas.

Ainda segundo o estudante, as ofensas teriam sido feitas por torcedores da equipe adversária, de uma escola privada de São Luís. Nas redes sociais, a escola Upaon-Açu se manifestou sobre o caso e disse que os árbitros que conduziram a partida disseram não ter ouvido falas discriminatórias de ambas as torcidas, mas que vai acompanhar o caso até que tudo seja esclarecido. Já a direção do Iema, por meio de nota, repudiou o preconceito sofrido pelo aluno.

Após a repercussão do caso, diversas pessoas utilizaram as redes sociais para pedir a punição dos envolvidos no caso. Segundo a Comissão de Promoção de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Maranhão (OAB-MA), que acompanha o caso, situações de racismo sofridas em ambientes escolares de São Luís cresceram. Em menos de um mês já foram registradas três ocorrências.

“ Nós temos vivenciado esses casos de racismo reiteradamente em rede pública escolar, e aí nos dialogaremos com os gestores, mas não exime escolas e instituições privadas também do fomento dessa política, porque a partir do momento que eu tenho uma construção coletiva, um evento, e pessoas se sentem legitimizadas a agredir o outro em razão da sua raça, cor, etnia ou procedência nacional, isso é racismo”, explica Caroline Caetana, da Comissão Igualdade Racial da OAB-MA.

Em nota, a Secretaria Municipal de Desportos e Lazer (Semdel) condenou o ataque sofrido pelo estudante da escola pública e disse que o caso está sendo apurado.

“Ao tomarmos conhecimento do episódio que aconteceu no dia 21, no domingo, na quadra esportiva, durante os nossos jogos, logo acionamos a coordenação geral dos Jogos Escolares Ludovicenses e prontamente entramos em contato com a coordenação disciplinar e educacional dos jogos para que façamos uma reunião na sexta-feira com todos os envolvidos no episódio, com os representantes das escolas, com os árbitros e o coordenador da praça esportiva para apurarmos o caso”, afirmou Romário Barros, secretário de Desporto e Lazer de São Luís.

Nas redes sociais, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB) também se manifestou sobre o caso. Ele disse que presta assistência ao aluno que sofreu os ataques e segue no combate à discriminação étnico-racial.

Caso Vini Jr.

No mesmo dia dos ataques nos jogos escolares em São Luís, domingo (21), o atacante Vinícius Júnior foi mais uma vez vítima de insultos racistas e o atleta se manifestou nas redes sociais. Durante a partida entre Real Madrid e Valência fora de casa no Estádio Mestalla, o atleta apontou um torcedor que teria se referido a ele em tom racista. 

Durante a derrota do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, o brasileiro escutou insultos racistas e gritos de 'macaco' vindos das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso ao se envolver em confusão.

Nas redes sociais, o atleta se manifestou em tom forte. Dizendo que a Espanha é conhecida como um país racista.

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhois que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, escreveu em sua conta no Twitter.

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