SÃO LUÍS - A Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem) manifestou-se nesta segunda-feira (24), após reportagem do Fantástico levantando suspeitas sobre a aplicação de verbas federais no tratamento pós-Covid em algumas cidades maranhenses.
No comunicado, a entidade diz “reiterar sua total confiança de que os fatos serão devidamente esclarecidos”.
“A entidade se solidariza com seus filiados e reconhece o bom trabalho que os gestores citados vem realizando em suas cidades, assim como, seus esforços na busca da apuração incondicional da verdade”, diz o comunidade.
A Famem também colocou-se à disposição dos prefeitos, “contribuindo para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível”.
Valores - Segundo apurou a reportagem, 93,3% de toda a verba do Brasil destinada ao tratamento pós-Covid foram para cidades do Maranhão.
As prefeituras do Maranhão receberam R$ 1.099.809.089,13 nos últimos dois anos apenas com emendas do relator voltadas para a Saúde. Das quase 50 cidades suspeitas, 25 tiveram verbas bloqueadas.
Conta não fecha - No caso de maior destaque na reportagem, há suspeitas de inserção de dados falsos na base do Sistema Único de Saúde (SUS) pela Prefeitura de Mata Roma. A cidade tem algo em torno de 17 mil habitantes, mas recebeu mais dinheiro para tratamento pós-Covid do que todas as cidades do Rio de Janeiro juntas.
“A conta não fecha. Mata Roma tem dois fisioterapeutas no serviço público. É como se – cada um – atendesse 260 pacientes por dia”, destacou o Fantástico.
Na cidade, até o ano passado, eram 652 casos da doença. Mas a quantidade de tratamentos pós-Covid que aparece na lista é de mais de 34 mil.
Um dos moradores que aparecem na lista para o tratamento havia morrido antes do procedimento, e não foi de Covid. Outro era recordista, com 500 atendimentos. E afirma que não fez nenhum procedimento.
Durante a produção a reportagem, a equipe do Fantástico ainda flagrou um ônibus escolar em péssimas condições, mas rodando. E também mostrou diversos postos de saúde fechados, apesar do “recurso extra” enviado pelo Ministério da Saúde após os “atendimentos fantasmas”.
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