Em São Luís

MPT-MA recebe denúncia sobre funcionários que atendem clientes de joelhos em restaurante no Maranhão

Caso aconteceu na última quinta-feira (16), em São Luís, e teve ampla divulgação nas redes sociais.

Imirante, com informações do g1 MA

Atualizada em 22/03/2023 às 11h07
Restaurante Outback, em São Luís.
Restaurante Outback, em São Luís. (Reprodução)

SÃO LUÍS - O Ministério Público do Trabalho do Maranhão (MPT-MA) recebeu, na segunda-feira (20), a denúncia de um caso envolvendo funcionários do restaurante Outback, em São Luís, que estariam sendo obrigados a ficar de joelhos durante atendimentos aos clientes. O episódio aconteceu na última quinta-feira (16) e teve ampla divulgação nas redes sociais.

A advogada Beatriz Salgado, que fez a denúncia sobre a prática durante o atendimento no Outback em um vídeo, disse em entrevista ao g1 MA que pediu para a funcionária não atendê-la de joelhos, mas ela respondeu que não poderia, por se tratar de norma da empresa. Nas redes sociais, Beatriz manifestou sua surpresa com o episódio, já que nunca passou por algo parecido em franquias do restaurante em outras cidades do Brasil.

"A mulher veio me atender e aí, do nada, ela abaixa. Não percebi de primeiro momento. Aí, logo depois, vem outro funcionário me atender e ajoelha de novo. E nessa hora eu perguntei 'moça, por que você está de joelho?', ela me respondeu que era 'tradição' do Outback. Não foi a minha primeira vez no Outback. Já tinha ido em outros estabelecimentos pelo Brasil e não tinha visto antes, por isso a minha estranheza. Depois que perguntei a funcionária o porquê daquilo até pensei que fosse um modo de xenofobia. E isso me deixou ainda mais chateada. Todos os outros funcionários estavam com comportamento semelhante perto da minha mesa. Várias pessoas me procuraram depois que fiz a denúncia, inclusive com fotos. Além disso, outros funcionários me mandaram relatos de que tiverem seus joelhos bem machucados", afirmou a advogada.

Beatriz Salgado informou ainda que não chegou a fazer uma denúncia formal. A administração do Outback a procurou, relatou que a atitude dos funcionários era "opcional" e que essa prática será extinta após a repercussão do caso.

Em nota, o MPT-MA informou o recebimento da denúncia, que, em seguida, será distribuída pelo sistema e escolherá, de forma aleatória, qual o procurador ficará responsável pelo caso. Após esse procedimento, o caso vai começar a ser investigado.

Ao g1 MA, o Outback Brasil disse que jamais obrigou nenhum funcionário a se ajoelhar durante os atendimentos, informou que a franquia de São Luís recebeu orientações após o episódio e confirmou que todos os restaurantes do país foram orientados a não realizar tal prática.

Confira a nota do Outback Brasil:

"Nós, do Outback Steakhouse, afirmamos veementemente que nunca obrigamos que nossos colaboradores ficassem de joelhos no atendimento aos nossos clientes. A prática de o atendente olhar os clientes na altura dos olhos abaixando-se ou sentando-se junto deles à mesa sempre foi uma ação opcional que ficou muito conhecida no passado como uma frente de receptividade durante o atendimento. O Outback é reconhecido pela proximidade e casualidade e entendemos que a evolução cultural é positiva, por isso, informamos que o processo que atualmente é opcional, passa a ser extinto em todas as nossas 141 unidades pelo Brasil.

Todos os restaurantes serão orientados a não utilizá-la mais. A recém-inaugurada unidade do Outback em São Luís do Maranhão também receberá a orientação em relação ao procedimento operacional. Aproveitamos para reforçar que continuamos a oferecer sempre uma boa e calorosa recepção aos nossos clientes, e reforçamos também que estamos pautados pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e os nossos restaurantes estão em plena conformidade com as normas de segurança do trabalho e segurança ocupacional, o que garante um ambiente seguro e sem risco às nossas pessoas. Temos compromisso e seriedade na relação com nossos colaboradores e clientes, e reiteramos que esse é um dos pilares inegociáveis da nossa atuação".

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