Tratar de assuntos psiquiátricos e da saúde mental, na contemporaneidade é uma questão absolutamente, relevante e de interesse geral. Nunca se adoeceu tanto, mental e emocionalmente, quanto hoje. Pode-se afirmar, que vivemos em uma sociedade enferma, repleta de condições absolutamente desfavoráveis às condições de sanidade mental, reveladas pelas profundas contradições sociais, políticas, econômicas e pelo predomínio de constrangimentos e sentimentos de desrealizações, de sofrimento, de medos sucessivos, inseguranças psicossociais, desrealizações e infelicidade da população. 

Esses fatores justapostos, persistentes e presentes nas famílias e na população em geral, colaboram, em distintas proporções, para o advento de um mal estar geral, difuso com repercussões negativas na vida e no bem estar das pessoas, isoladamente ou em conjunto, construindo um cenário ruim do ponto de vista da saúde mental.

As mudanças socioculturais profundas, que vem ocorrendo rapidamente, os problemas étnicos e éticos, os preconceitos de todos os tipos e formas, a violência social, criminalidade campeando, ameaças e guerras inexplicáveis em pleno século 21, a desagregação familiar, questões econômicos graves, desemprego e o subemprego e as condições  desfavoráveis do trabalho, são, certamente, uns, entre muitos fatores mais importantes que nos predispõem, nessa perspectiva pessoal e social, ao desenvolvimento de graves problemas, psicológicos, emocionais, psiquiátricos e comportamentais.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria- ABP (22) há no Brasil, cerca de 50 milhões de pessoas sofrendo de algum tipo de doença mental o que corresponde a (25%) da população. Uma família de 4 pessoas, portanto, uma poderar ter uma doença mental. Os transtornos são os mais variados possíveis: esquizofrenia, depressão, transtornos de humor, déficit de atenção, transtornos de ansiedade, TUS (alcoolismo, tabagismo, cocaína, etc. Tais transtornos afetam todas as faixas etárias. Segundo a Diagnostic Statical Mental Disease - DSM - 5 existem mais de trezentas doenças mentais catalogadas.

Em 2019, quase um bilhão de pessoas incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental. O suicídio, isoladamente, foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade. Além do mais, os transtornos mentais são as principais causas de incapacidade, especialmente entre os portadores de condições graves destas doenças os quais morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral.

As doenças mentais, como outas doenças humanas, tem sua história natural, uma origem, evolução, curso natural e comportam um diagnóstico, um prognóstico e um tratamento para cada tipo de transtorno. E, todas elas, exigem cuidados especiais, um bom tratamento e prevenção, para o seu respectivo controle.

As doenças mentais, como outras doenças humanas, estabelecem interfaces com o ambiente físico, social, cultural e histórico, de tal forma que tais condições influenciam a maneira como as doenças se expressam. Portanto, todas doenças mentais semelhantemente, às outras doenças humanas influenciam e são influenciadas pelas condições gerais de vida das pessoas, do mundo e de sua relação com os outros. 

Os fatores psicossociais que mais predispõem ao desenvolvimento de doenças mentais são abaixo sinalizados:  menos contato social com outras pessoas; falta de uma rede de apoio médico e psicossocial; pouca exposição ao sol; sedentarismo; má alimentação; desemprego; dificuldades financeiras; medo de adoecer ou de perder entes queridos; violência urbana e no campo; uso de álcool e de outras drogas, tais fatores se destacam ente um elelco de outros fatores que colaboram a expressão dessas doenças na população em geral.

Os principais transtornos psiquiátricos mais frequentes em diferentes etapas da visa, são:

1 - Na infância:

As deficiências intelectuais, os transtornos do espectro autista- TEA, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade- TDAH e os transtornos específicos do aprendizado sãos os transtornos mais comuns nessa quadra infantil.

Sabe-se, que é na infância que emergem os primeiros sintomas dos diferentes tipos de doenças mentais que aflorarão em idades posteriores, de tal forma, que quanto mais precocemente identificarmos essas ocorrências, mais rapidamente evitaríamos que isso ocorresse.

Deficiência intelectual: se característica por um desempenho mental inferior à média. Apresentam limitações em pelo menos duas áreas de habilidades: comunicação, autocuidado, capacidade de escolher e decidir, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade.

O Transtornos do espectro autista (TEA): tem como característica principal os prejuízos sociais e de interação com os outros e com o mundo exterior. Geralmente, os sinais aparecem já nos primeiros meses de vida. Bebês que não mantêm contato visual, qu parecem não “ouvir” e não demonstram reações a brincadeiras, por exemplo, provavelmente são acometidos pelo transtorno. Comportamentos repetitivos também são comuns ao quadro. Há vários subgrupos de TEA, com sintomas e características específicos.

Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH): tem como sintomas principais a desatenção, a inquietude e a impulsividade. Não ficam quietas, não conseguem reter informações e, geralmente, são estabanadas. É de origem neurobiológica e tem causas genéticas. É o transtorno mental que mais acomete as crianças (cerca de 3% a 5% dos pequenos penam com ele).

Transtornos Específicos do Aprendizado: atrapalham a retenção de novos conhecimentos. Podem se apresentar em forma de dificuldade para aprender a escrever, a ler ou a fazer contas matemáticas, por exemplo. Um sinal bastante sugestivo são crianças que apresentam resultados extremamente inferiores ao esperado pela faixa etária e pelo grau de escolaridade. A origem do transtorno é no sistema nervoso central.

3 - Na adolescência e na vida adulta: 

Depressão: Tristeza profunda, angústia, ansiedade, desânimo, falta de energia. humor depressivo, irritabilidade, ansiedade, dificuldade de concentração, esquecimento e a tendência ao isolamento são sintomas característicos ao transtorno.

Transtorno bipolar:  humor oscilante entre episódios de humor exaltado (mania) e os períodos depressivos. Fatores externos, meio ambiente, hormônios, hereditariedade e peculiaridades biológicas” estejam entre as principais causas da doença. 

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): O distúrbio é caracterizado como uma “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva persistente e de difícil controle.” Fadiga, irritabilidade, inquietação, tensão muscular, dificuldade de concentração, perturbação do sono e fadiga.

4 - Na terceira idade:

Demências: os déficits cognitivos incluem-se “alterações de memória, de julgamento, de linguagem, de habilidades visuais e espaciais, de raciocínio, de concentração, de aprendizado, além de desorientação em relação ao tempo e ao espaço, e dificuldade de realização de tarefas complexas. O risco de demência aumenta de 1% a 2%, aos 65 anos, para cerca de 30%, aos 85 anos. Outras doenças, como a Esquizofrenia, os diferentes tipos de Transtornos de Personalidade, predominantemente, surgem mais frequentemente, na adolescência e no início da vida adulta. 

Evidentemente, que ao destacarmos esses transtornos, em cada uma dessas etapas etárias, não estaria deixando de flexibilizar que muitas ouras afecções psiquiátricas também podem surgir nessas etapas, o que fiz, foi simplesmente, destacar as principais em cada uma das mesmas.

Todas essas patologias descritas acima nas diferentes etapas da vida, podem aparecer em outras idades de cada pessoa, muito embora, sejam mais prevalentes nas épocas citadas em cada uma delas. Depressão, por exemplo, pode ocorrer em toas as idades da vida, desde a infância às pessoas da terceira idade. Transtornos ansiosos também podem aparecer em diferentes idades, assim como quadros demenciais podem surgir em idades muito jovens. 

Muitos desses transtornos podem ser prenúncios de outros distúrbios, por isso os conceitos clínicos de sintomas, síndromes ou transtornos (doenças) cabendo ao médico encarregar-se do diagnóstico e do tratamento correspondente. Da mesma forma todas essas condições clínicas ou psicopatológicas, tem um curso, e um prognóstico condições que irão depender do tratamento e fatores psicossociais e familiares. 

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