Codevasf

Defesa de gerente da Codevasf, afastado por suspeita de desvio de verbas federais do órgão, diz que provará inocência do investigado

Segundo a Polícia Federal, Julimar Alves da Silva Filho recebeu aproximadamente R$ 250 mil de empresa vencedora de processos licitatórios.

Imirante.com

Atualizada em 05/10/2022 às 19h10
Julimar Alves da Silva Filho, gerente afastado da 8ª Superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em São Luís. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)
Julimar Alves da Silva Filho, gerente afastado da 8ª Superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em São Luís. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

SÃO LUÍS - Foi identificado como Julimar Alves da Silva Filho o gerente da 8ª Superintendência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em São Luís, afastado de suas atividades, pela Justiça Federal, no último dia 29 de setembro, por suspeita de envolvimento em um esquema de desvios de recursos públicos federais.

Segundo a Polícia Federal (PF), o inquérito teria identificado pagamentos de R$ 250 mil feitos à Julimar Alves pela Construservice, empresa ligada ao empresário Eduardo José Ribeiro Costa, também conhecido como ‘Eduardo DP’ ou ‘Imperador’. Diante dos indícios, a PF pediu à Justiça Federal o afastamento do gerente de suas funções na Codevasf Maranhão.

Eduardo DP chegou a ser preso, no dia 20 de julho, no âmbito da Operação Odoacro, mas pagou fiança de R$ 121 mil e foi solto com o uso de tornozeleira eletrônica.

O empresário Eduardo Costa, conhecido como 'Eduardo Imperador', está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. (Foto: Divulgação)
O empresário Eduardo Costa, conhecido como 'Eduardo Imperador', está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. (Foto: Divulgação)

O caso tem relação com a Operação Odacro, deflagrada pela PF em julho deste ano, após a constatação de que um esquema na Codevasf contava com as mesmas pessoas e empresas já investigadas em 2015 pela Polícia Civil do Maranhão, por suspeitas de desvios de recursos públicos da Prefeitura de Dom Pedro, no interior do Estado.

Operação foi realizada no dia 29 de setembro pela Polícia Federal. (Foto: Divulgação / Polícia Federal)
Operação foi realizada no dia 29 de setembro pela Polícia Federal. (Foto: Divulgação / Polícia Federal)

Uma análise bancária comprovou que Julimar Alves recebeu da Construservice, ao menos, R$ 249.549,96, sendo R$ 204.504,96 de forma direta e R$ 45 mil de forma indireta, por intermédio da conta bancária da esposa do gerente da Codevasf, a engenheira civil Jéssica Bezerra Serra.

Comprovada a movimentação bancária, a Justiça Federal, então, determinou o afastamento e a interceptação telefônica em desfavor de Julimar Alves, além de busca e apreensão em dois endereços ligados ao gerente da Codevasf Maranhão e constrição de seus bens patrimoniais.

Os mandados de busca e apreensão e o afastamento de Julimar Alves de suas funções da Codevasf foram realizadas no último dia 29 de setembro, entretanto, a Polícia Federal só divulgou o balanço da ação nesta quarta-feira (5).

Procurada pelo Grupo Mirante, a defesa de Julimar Alves, representada pelo advogado Márcio Antônio Pinto de Almeida Filho, informou que ainda não existe oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público Federal. Ainda segundo a defesa do gerente da Codevasf, caso haja o oferecimento de denúncia, será provada dos autos a inocência de Julimar, que, segundo o advogado, não tem nenhum tipo de participação nos atos.

Leia a íntegra da nota da defesa de Julimar Alves:

Estamos na condução da defesa do Sr. Julimar. 

Primeiramente é importante asseverar, que ainda estamos em um procedimento investigatório, através de inquérito policial. 

Ainda não existe oferecimento de denúncia por parte do Ministério público. Caso isso ocorra, provaremos nos autos a inocência do Sr. Julimar, que não tem qualquer tipo de participação nestes atos.

Marcio Almeida, advogado

Operação Odacro

A investigação tem como principal alvo o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, ou Imperador. Foi por conta do apelido dele - que chegou a ser preso no bojo da ação policial - que a operação levou o sobrenome do soldado italiano que capitaneou uma revolta que colocou fim ao Império Romano.

De acordo com a apuração federal, Eduardo DP abriu empresas em nome de terceiros para competir entre si nas licitações, com o objetivo de vencer os certames na Codevasf.

Além de colocar as suas empresas e bens em nome de parceiros, o investigado também possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, como forma de dificultar a atuação dos órgãos de controle.

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