SÃO LUÍS - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (20), em São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas, a Operação Odoacro, para desarticular uma quadrilha que promovia fraudes a licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Durante cumprimento de mandado na casa de um dos investigados, foi apreendido mais de R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo. Joias, relógios, veículos e acessórios de luxo também foram apreendidos.
Segundo a PF, a investigação apurou que o esquema contava com as mesmas pessoas e empresas já investigadas em 2015 pela Polícia Civil do Maranhão, por suspeitas de desvios de recursos públicos da Prefeitura de Dom Pedro.
“Após a referida operação policial, notou-se que o esquema criminoso não recuou, ao contrário, acabou crescendo exponencialmente nos anos posteriores, alterando, apenas, a origem da verba desviada - que passou a ser federal", destacaram os federais, em nota.
A investigação tem como principal alvo o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, ou Imperador. Foi por conta do apelido dele que a operação levou o sobrenome do soldado italiano que capitaneou uma revolta que colocou fim ao Império Romano.
De acordo com a apuração federal, Eduardo DP abriu empresas em nome de terceiros para competir entre si nas licitações, com o objetivo de vencer os certames na Codevasf.
Além de colocar as suas empresas e bens em nome de parceiros, o investigado também possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, como forma de dificultar a atuação dos órgãos de controle.
Ao todo, 80 policiais federais cumpriram as determinações judiciais expedidas pela 1ª Vara da Justiça Federal de São Luís, que decorreram de uma representação elaborada pela Polícia Federal.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude à licitação, lavagem de capitais e associação criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 16 anos de prisão.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, divulgada em maio, apenas a Construservice, uma das empresas investigadas - que tem Eduardo Costa como sócio oculto -, tem contratos da ordem R$ 140 milhões com a Codevasf, R$ 10 milhões dos quais já pagos.
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