Varíola dos Macacos

No Maranhão, UPAs vão atender pacientes com suspeita da varíola dos macacos

De acordo com a SES, a unidade referência para tratamento será o Hospital da Ilha.

Imirante, com informações da SES

UPAs serão porta de entrada para os casos suspeitos de varíola dos macacos.
UPAs serão porta de entrada para os casos suspeitos de varíola dos macacos. (Matheus Soares/Grupo Mirante)

SÃO LUÍS - Após a notificação de um novo caso suspeito da varíola dos macacos, no Maranhão, a rede de saúde estadual definiu um fluxo para o atendimento de pacientes com sintomas semelhantes aos da doença. 

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que na rede estadual de saúde, a porta de entrada para os casos suspeitos da varíola do macaco, causada pelo vírus Monkeypox, serão as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e a unidade referência para tratamento será o Hospital da Ilha. No interior do Estado, as referências da rede estadual também serão as UPAs, onde os pacientes suspeitos ficarão nos leitos de isolamento.  

De acordo com o secretário adjunto de Assistência à Saúde da SES (SAAS/SES), Carlos Vinícius Ribeiro, todas as medidas já estão sendo tomadas para atender os pacientes que venham dar entrada nas unidades da Rede Estadual de Saúde com suspeita da Varíola do Macaco.

São casos suspeitos da Monkeypox pessoas de qualquer idade que apresente início súbito de febre, adenomegalia e erupção cutânea aguda inexplicável. Além destes, outros sinais e sintomas são dor nas costas, fraqueza ou fadiga física e dor de cabeça. 

Para não confundir com outras doenças, devem ser excluídas as suspeitas para varicela, herpes zoster, sarampo, zika, dengue, chinkungunya, herpes simples, infecções bacterianas da pele, infecção gonocócica disseminada, sífilis primária ou secundária, cancróide, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, molusco contagioso (poxvírus) e reação alérgica. 

Desde o anúncio do aumento dos casos da doença e do início da ocorrência de casos suspeitos próximo ao Brasil, o Maranhão já vinha ampliando a vigilância para o vírus Monkeypox. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde no Maranhão (CIEVS) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen) têm realizado reuniões para garantir a devida orientação aos municípios maranhenses sobre a identificação do caso suspeito, isolamento e a coleta de amostras para confirmação ou descarte de casos, mas, primeiramente, descartando outras suspeitas, como a varicela.  

Além disso, estão sendo intensificadas, segundo a SES, as capacitações com profissionais da Rede Estadual de Saúde para identificação dos casos suspeitos.  

As amostras de casos suspeitos da Varíola do Macaco no Maranhão serão recebidas pelo Lacen, que fará exames laboratoriais para excluir outras patologias, como arboviroses e sífilis. Após essa exclusão, as amostras são encaminhadas para a unidade de referência nacional que, para o Maranhão, é a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, que vai analisar a amostra para a Monkeypox, mais conhecida como Varíola do Macaco. 

Caso suspeito

O paciente com suspeita da doença é homem, tem 30 anos, residente em São Luís e foi admitido em 8 de junho em Unidade Mista do Bacanga, sem histórico de viagem. O paciente apresenta sintomas de febre, calafrio, dor de cabeça, ardor nos olhos, dor nas costas e lesões por todo o corpo com coceira. Ele está internado e estável. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), o homem foi transferido para o Hospital Universitário (HUUFMA), onde segue internado, em isolamento, aguardando o resultado dos exames.

O CIEVS/MA e CIEVS São Luís seguem com a investigação epidemiológica e, por sua vez, o Lacen/MA iniciou a análise das amostras do paciente.

Outro caso já descartado em São Luís

No último dia 2 de junho, a Semus descartou a suspeita de uma possível infecção pela varíola dos macacos em São Luís em uma criança de cinco anos. O resultado negativo para a doença veio após avaliação de diagnóstico do Ministério da Saúde, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).

Primeiro caso no Brasil

Foi confirmado, nessa quarta-feira (8), o primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil, em São Paulo. O paciente, tem 41 anos, viajou para a Espanha e está em isolamento no Hospital Emílio Ribas, na Zona Oeste da capital paulista.

Transmissão e prevenção

No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan. Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.

De acordo com o médico infectologista do Hospital Universitário de Brasúlia (HUB), André Bon, a principal forma de prevenção dessa doença – enquanto ainda apresenta “poucos casos no mundo” e está “sem necessidade de alarde” – tem como protagonistas autoridades de saúde. “Elas precisam estar em alerta para a identificação de casos, isolamento desses casos e para o rastreamento dos contatos”, disse.

“Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da Covid-19 por ser doença de transição respiratória por gotículas e evitar contato com lesões infectadas é o mais importante nesse contexto”, enfatiza Bon ao explicar que a varíola dos macacos é menos transmissível do que a versão comum.

O Butantan ressalta que residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas). Devem também “abster-se de comer ou manusear caça selvagem”.

O período de incubação da varíola dos macacos costuma ser de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, conforme relato do Butantan. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.

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