SÃO LUÍS – Os hospitais de São Luís, tanto da rede pública quanto da rede privada, estão cheios de crianças com síndromes gripais e doenças respiratórias. Vários fatores podem explicar este cenário segundo a pneumologista pediátrica Denize Haidar.
Leia também:
São Luís enfrenta aumento na busca por atendimento devido às síndromes gripais em crianças
Veja algumas perguntas e respostas:
1 Quais doenças respiratórias mais comuns em crianças?
Doenças mais prevalentes são as de causas infecciosas e as de etiologia alérgica.
Dentre as primeiras, as causadas por vírus, são as mais frequentes e dentre as patologias alérgicas, a asma lidera a lista.
2 O período chuvoso tem alguma relação com essas doenças respiratórias?
O período chuvoso predispõe à proliferação de vários vírus que acometem o aparelho respiratório. A umidade elevada favorece a proliferação de fungos nos domicílios, propiciando a exacerbação das condições alérgicas em indivíduos predispostos.
3 Qual a forma de prevenir essas doenças?
Doenças infecciosas:
- medidas gerais: boa nutrição, calendário vacinal atualizado, condição de moradia adequada no aspecto sanitário, de ventilação e sem aglomeração de indivíduos;
- prevenção de contágio a partir do afastamento da criança de indivíduos sintomáticos respiratórios;
- higienização adequada das mãos e superfícies e orientação de etiqueta respiratória;
- em situações epidemiológicas ou ambientais específicas, uso de máscaras faciais.
Doenças alérgicas:
- medidas ambientais: ambientes arejados e livres de poluentes inaláveis; combate ao tabagismo passivo;
- minimizar exposição antigênica nos grandes centros urbanos e relacionados ao estilo de vida;
- estratégias medicamentosas.
4 O que pode explicar a alta demanda nos postos/hospitais por estes problemas?
A pandemia e a suspensão do ensino presencial por longo período possivelmente influenciaram a alteração da sazonalidade de alguns vírus: Virus Sincicial Respiratório e Rinovírus, principais agentes causadores de bronquiolites em lactentes (neste ano, o inicio da ocorrência dos casos foi antecipada em 2 meses), Influenza vírus e outros vírus causadores de resfriados. A baixa cobertura vacinal tem sido determinante do retorno de certas doenças virais já controladas, como o sarampo. O empobrecimento das famílias leva à piora das condições de moradia e à insegurança alimentar, fatores que interferem na condição imunológica e na saúde respiratória.
Saiba Mais
- Maior incidência de síndromes gripais: especialistas apontam cuidados necessários
- Síndromes respiratórias têm maior impacto em idosos e crianças
- MA: Fiocruz alerta para o crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)
- Internações de crianças por síndrome respiratória permanecem em alta
- Amapá tem surto de síndromes gripais, e governo decreta emergência
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.