SÃO LUÍS - O Maranhão apresentou um aumento de casos notificados de tuberculose nos últimos dois anos. Foram 2.608 casos em 2020 e 3.046 no ano passado. A coordenação do Programa Estadual de Controle da Tuberculose acredita que o aumento se deve a uma maior procura da população com sintomas gripais suspeitos de Covid-19 às unidades de saúde.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose é lembrado nesta quinta-feira (24) e, neste ano, a data marca os 140 anos da descoberta do bacilo causador da tuberculose. No Maranhão, o governo do Estado, por intermédio da Secretaria da Saúde (SES), tem reforçado nos últimos anos o trabalho de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
“Assim que feito o diagnóstico da tuberculose, a SES garante a medicação para uso do doente durante todo o período de tratamento. Periodicamente, são ofertados aos profissionais de saúde cursos de atualizações no manejo clínico da tuberculose, de modo a contribuir para o diagnóstico precoce de novos casos, a correta assistência e o acesso aos protocolos do Ministério da Saúde”, contou a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose da SES, Rosany Carvalho.
Entre os grupos de risco mais afetados pela tuberculose no Maranhão, está a população vivendo com HIV (8%), seguida dos privados de liberdade (6,8%), em situação de rua (1,5%) e os indígenas (1,1%).
Assistência
Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como Bacilo de Koch, a tuberculose é uma doença infectocontagiosa e que pode ser diagnosticada em dois tipos: a Tuberculose Pulmonar e a Extrapulmonar. O principal sintoma é a tosse constante que pode durar três ou mais semanas. A referência estadual para o acompanhamento especializado é o Hospital Presidente Vargas, que também assiste pacientes com Tuberculose Droga Resistente (TB-DR). O diagnóstico e atendimento é feito pela rede municipal em qualquer Unidade Básica de Saúde (USB).
O paciente é transferido para o equipamento estadual quando há complicações e resistências do organismo ao tratamento. Ao darem entrada na grade assistencial do hospital, eles são inseridos no programa ambulatorial, com acesso a medicamentos, supervisão com equipe multiprofissional e trabalhos em grupo com auxílio de psicólogos.
O senhor Leonel Paz, de 58 anos, há seis anos faz acompanhamento ambulatorial no Hospital Presidente Vargas para tratar das complicações causadas pela tuberculose. “Por conta da doença eu perdi o lado esquerdo do pulmão. Desde então, faço acompanhamento para manter a saúde em dia. A principal mudança que notei foi a melhora na minha qualidade de vida. Eu cheguei a ter menos de 50 quilos, hoje estou com 68”, compartilhou.
Também paciente da unidade estadual há seis anos, Marineuza Araújo, de 41 anos, destaca que é importante buscar o acompanhamento médico. “Por causa da tuberculose eu acabei ficando com uma lesão no pulmão, o que comprometeu a minha resistência respiratória. Então, pelo menos uma vez ao ano, eu faço todos os exames, incluindo tomografia e raio-x. Mesmo tendo sido curada, é importante manter os cuidados e não deixar de buscar acompanhamento”, disse Marineuza.
Atualmente, o Hospital Presidente Vargas conta com 269 pacientes em tratamento ambulatorial, destes 54 são pacientes TB-DR. Em média, a unidade registra 78 novos casos de tuberculose por mês.
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