Ataques virtuais

PM será investigado por apologia ao feminicídio em rede social

O secretário Jefferson Portela afirmou em rede social que a conduta do PM Tiago de Jesus será apurada.

Imirante.com, com informações do G1

Atualizada em 27/03/2022 às 11h09
O policial Tiago de Jesus é investigado após comentários em rede social.
O policial Tiago de Jesus é investigado após comentários em rede social. (Foto: Reprodução)

SÃO LUÍS - Foi instaurado procedimento para apurar a conduta do soldado da Polícia Militar Tiago de Jesus. A informação foi postada pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, em seu perfil em rede social na noite dessa segunda-feira (27).

O policial Tiago de Jesus é investigado após comentários, em rede social, que culpam vítima em um caso de feminicídio registrado no fim de semana na capital.

Relembre:

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OAB-MA repudia culpabilização da vítima em caso de feminicídio

Entre as postagens, ele afirma que se as mulheres traírem os seus maridos poderão também morrer assim como Bruna Lícia. Em um outro comentário, o PM xinga a vítima.

Leia a nota de repúdio da OAB-MA:

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Maranhão, por meio da Comissão da Mulher e da Advogada - CMA/MA, vem a público repudiar mais um crime de feminicídio e homicídio ocorrido no Estado.

Nesse sábado (25), mais uma mulher foi assassinada por seu companheiro, passando a integrar as estatísticas do crime de feminicídio do Estado. Em 2019, foram registrados 48 casos. Um aumento se comparado ao ano anterior, 2018, com 43 feminicídios. Em que pese viver-se no Século XXI, mais uma mulher é vítima da violência extremada que assola a nossa sociedade.

O feminicídio é a triste consequência do machismo alicerçado na naturalização de comportamentos, que fazem pessoas acreditarem que diferenças sexuais respaldam superioridade de um gênero sobre o outro. A vida humana é feita de dissabores e escolhas. Violência não é solução, tampouco justificativa para as frustrações vividas.

Diante tamanha atrocidade, não seremos complacentes com tamanho desrespeito à dignidade da pessoa humana e banalização da vida. Logo, REPUDIAMOS, de forma veemente, o ato brutal cometido pelo policial militar que tem direito à defesa e a um julgamento justo, assim como REPUDIAMOS todos os posicionamentos de culpabilização da vítima e que incentivam o julgamento e opressão do gênero.

Expressamos nossa solidariedade às famílias das vítimas, na certeza de que a justiça será feita, assim como da continuidade do combate às violências que depreciam o viver em sociedade.

Comissão da Mulher e da Advogada da OAB/MA

Duplo assassinato

O policial militar Carlos Eduardo Nunes Pereira é acusado de matar a esposa, Bruna Lícia, e um suposto amante dela, José Willian, no último sábado (25), no bairro Vicente Fialho. De acordo com informações policiais, o policial efetuou sete disparos de arma de fogo contra os dois, que morreram no local. Em depoimento, Carlos Eduardo disse que viu os dois fazendo sexo e que houve luta corporal antes dos tiros.

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