SÃO LUÍS - Professores e alunos da Unidade de Ensino Básico Professor Elpídio Hermes de Carvalho, que fica na rua Tarquínio Lopes, no Angelim, passaram por um grande susto na tarde desta terça-feira. Uma ex-professora que visitava a escola teve o seu carro roubado - um Etios de placa OJE 6903 -, na porta da Unidade no momento em que alunos, com idade entre 9 e 11 anos, entravam no prédio. As crianças se dirigiam ao prédio após retornarem do lanche e, segundo testemunhas, presenciaram toda a ação criminosa, inclusive com armas apontadas em suas direções. O Ministério Público do Maranhão entrou na Justiça, neste mês, requerendo mais segurança nas escolas de São Luís, após seguidas ocorrências.
Segundo a gestora da Unidade de Ensino, Lígia Almeida, o roubo aconteceu por volta das 16h desta terça-feira na porta da escola. “Uma ex-professora estava saindo com a gente na hora em que os bandidos chegaram. Eles estavam dois em uma moto e o resto em um carro que, como o susto foi grande, eu não identifiquei a marca. Ela estava seguindo na direção do veículo quando foi assaltada. Foi horrível. Eles [bandidos] apontaram armas na direção das crianças, que estavam chegando no mesmo momento. Todo mundo ficou com muito medo”, relatou.
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Segundo informações de funcionários, as crianças estavam em um prédio na frente da escola porque participavam do programa Mais Educação. “Os alunos mais novos, que estudam pela manhã, vêm para a escola à tarde para participarem deste programa. Elas voltavam do lanche".
Apenas uma vigilante, que estava desarmada segundo a gestora da UEB, estava fazendo a segurança do local.
O Centro Integrado de Polícia e Segurança (Ciops) ainda não registrou o assalto. Funcionários da escola avisaram que acionaram a Polícia Militar (PM) logo após o crime.
Ações contra a violência
O Ministério Público do Maranhão ajuizou, em 8 de outubro, Ação Civil Pública de Obrigação de Fazer (ACP) contra o Estado do Maranhão, requerendo que a Justiça determine, liminarmente, que as secretarias de Educação municipal e estadual e Segurança Pública mantenham serviços de vigilância nesses locais.
Na peça, os promotores Paulo Silvestre Avelar Silva e Maria Luciane Lisboa Belo explicam que a medida foi motivada por notícias divulgadas na mídia local, relatando a insegurança nas escolas estaduais da capital.
Debate sobre a violência
Na manhã desta terça-feira, o MP realizou debate sobre a situação de violência contra estudantes e professores nas escolas da capital. Como resultado, foram propostos encaminhamentos com o objetivo de coibir a violência. Autoridades com atuação na área de segurança pública, educação e conselheiros tutelares se reuniram no auditório da Procuradoria Geral de Justiça. A reunião foi motivada por vários casos de violência contra alunos nas escolas ou no seu entorno ou invasões às Unidades de Educação para depredação do patrimônio escolar. Os trabalhos foram coordenados pelos promotores de Justiça de Defesa da Educação de São Luís, Paulo Avelar e Luciane Belo.
"O Poder Público não pode se curvar ao banditismo. Além da violência contra os estudantes, recebemos várias denúncias de escolas que tiveram as aulas suspensas devido à falta de segurança ou mesmo depredação do patrimônio escolar", afirmou Paulo Avelar em entrevista ao site do MP.
Participaram do encontro representantes das secretarias de Estado de Segurança Pública, Educação, Direitos Humanos e Participação Popular, Secretaria Municipal de Educação de São Luís (Semed), Secretaria Municipal de Segurança com Cidadania, Guarda Municipal, Polícia Militar, Conselho Tutelar e Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação) em que foram debatidos encaminhamentos a serem efetivados na segurança.
Ficou acertado que as Promotorias de Defesa da Educação vão recomendar à Secretaria de Estado de Segurança Pública e ao comando-geral da Polícia Militar para que cada batalhão destine um efetivo policial específico para trabalhar com rondas periódicas nas escolas.
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