Rios

Rios são ameaçados por falta de saneamento

Poluição afeta fauna e flora presente nos rios da capital.

Ana Beatriz e Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h49
 Poluição no Rio Gangan. Foto: Ana Beatriz / Imirante.com
Poluição no Rio Gangan. Foto: Ana Beatriz / Imirante.com

SÃO LUÍS - A poluição dos rios de São Luis é um problema que vem se estendendo ao longo dos anos. Percorrendo os principais rios da cidade, é fácil perceber que a maioria encontra-se em estado avançado de degradação. Áreas que antes serviam para lazer e pesca de populações ribeirinhas, tornaram-se depósitos de esgoto, espaço para acúmulo de lixo doméstico e local de armazenamento de resíduos industriais.

O Imirante.com visitou os rios Pai Inácio, Gangan e o Beira Rio, localizados na região metropolitana da cidade. Os três sofrem do mesmo problema: o lançamento indiscriminado de dejetos orgânicos e domésticos, resultando em seu desaparecimento.

 rio Pai Inácio. Foto: Ana Beatriz / Imirante.com
rio Pai Inácio. Foto: Ana Beatriz / Imirante.com

“Há uns 15 anos atrás, a água era bem branquinha, bem limpinha. Frequentemente tomávamos banho no final de semana com a família. Depois que eles colocaram motel próximo ao rio, começou a estragar. Acho que para eles fazerem a limpeza disso aí é muito difícil, pois isso é um processo caríssimo e onde eles vão colocar esse esgoto?! No mar não pode, pois o povo usar o mar, os peixes nós tiramos de lá. Muito difícil ter solução pra essa situação”, relatou a costureira, Celia Regina, que mora próximo ao rio Pai Inácio.

O lavrador Francisco da Silva, reside há mais de 18 anos próximo ao rio Gangan. Ele relata que costumava levar seus filhos para tomar banho e pescar nas margens do rio. “O progresso é muito bom, mas ele também traz muita coisa ruim. Depois que eles criaram esses condomínios, o rio começou a morrer. Tudo é despejado aí. Daqui há dois anos esse rio não vai mais existir”, afirma.

 Esgoto despejado no Beira Rio. Foto: Ana Beatriz / Imirante.com
Esgoto despejado no Beira Rio. Foto: Ana Beatriz / Imirante.com

De acordo com o Juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, Sr. Douglas de Melo Martins, o crescimento de São Luís agravou o problema da poluição, pois o tratamento de esgoto e de fossas não conseguiu acompanhar o ritmo do crescimento urbano. O excesso de sujeira despejado pelo homem, afeta o leito dos rios e seu ciclo biológico, ou seja, as plantas e os animais que ali vivem passam a sofrer problemas.

“Todos nós pagamos um preço muito alto pela poluição dos rios que é causada, por um lado peloa Caema e pelo poder público, despejando nos rios de São Luís esgoto sem tratamento; e por outro lado a população que não possui consciência das suas responsabilidades em relação à poluição. É necessário mesclar uma mudança de postura das instituições, a começar pelo poder público e seus órgãos, com a melhor consciência das pessoas sobre a situação dos rios de São Luís”, explicou.

Esclarecimento

Por meio de nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), esclareceu que no dia 19 de agosto deste ano foram assinadas as ordens de serviços para ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário de São Luís.

Segundo a nota, “as obras fazem parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC II) e contemplam as Bacias Anil, Bacanga, São Francisco e Vinhais, com a finalidade de ampliar e melhorar a cobertura da coleta e de tratamento de esgotos na capital. O investimento total é de R$ 180.563.368,99 e o prazo de conclusão é de 18 meses a partir da assinatura da ordem de serviço”.

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